Na noite passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a alta da moeda norte-americana deve-se a “ruídos de comunicação” e que o governo precisa comunicar melhor os resultados obtidos na economia. Questionado sobre uma possível intervenção do BC no câmbio, Haddad afirmou que esse é um tema da autoridade monetária e “eles lá que sabem quando e como fazer”.
Por Redação, com Bloomberg – de São Paulo
O Ibovespa avançava nesta terça-feira, em uma sessão de ganhos para a Petrobras, queda da Vale e com investidores monitorando discursos de presidentes de bancos centrais. Por aqui, as atenções recaem novamente sobre a forte alta do dólar, que fechou o último pregão cotado a R$ 5,65 em meio a novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC).
Nesta manhã, Lula afirmou que a alta do dólar preocupa, mas que o movimento é fruto de uma especulação.
— Há uma especulação, há um jogo de interesse especulativo contra o real nesse país — disse.
Resposta
Na noite passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a alta da moeda norte-americana deve-se a “ruídos de comunicação” e que o governo precisa comunicar melhor os resultados obtidos na economia. Questionado sobre uma possível intervenção do BC no câmbio, Haddad afirmou que esse é um tema da autoridade monetária e “eles lá que sabem quando e como fazer”.
Às 12h32, o Ibovespa subia 0,22%, negociado aos 124.983 pontos. O dólar, por sua vez, tinha alta de 0,19%, a R$ 5,67, em horário semelhante. Pelo terceiro dia consecutivo, o dólar permanecia em alta. A moeda norte-americana abriu em queda, mas inverteu o movimento após o presidente Lula falar sobre as especulações em torno do real.
Lula adiantou, ainda, que fará reunião em Brasília nesta quarta-feira, para agir em relação ao possível movimento especulativo contra o real, que seria responsável pela alta no dólar. Para Lula, “não é normal o que está acontecendo”.
— É um absurdo. Veja, obviamente, me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real neste país — desconfia.
Incertezas
No período de um mês, o dólar já subiu 7,95% e, desde janeiro, 16,78%. O discurso mais voltado ao intervencionismo das últimas semanas não tem agradado os investidores, que ainda têm de lidar com incertezas externas como a taxa de juros dos Estados Unidos.
A alta do câmbio é apenas um dos efeitos imediatos dessa estratégia do presidente, que pode chegar rapidamente à economia real, desorganizando o planejamento das empresas e pressionado à inflação. O resultado seria o contrário do que Lula deseja, que é a queda na taxa de juros.