Hong Kong: policiais invadem jornal sob alegação de violações à segurança
Cerca de 500 policiais de Hong Kong vasculharam computadores e cadernos de repórteres do tabloide pró-democracia Apple Daily nesta quinta-feira, o primeiro caso em que as autoridades citam artigos da mídia como possíveis violações da lei de segurança nacional.
Cerca de 500 policiais de Hong Kong vasculharam computadores e cadernos de repórteres do tabloide pró-democracia Apple Daily nesta quinta-feira, o primeiro caso em que as autoridades citam artigos da mídia como possíveis violações da lei de segurança nacional.
Por Redação, com Reuters - de Hong Kong
Cerca de 500 policiais de Hong Kong vasculharam computadores e cadernos de repórteres do tabloide pró-democracia Apple Daily nesta quinta-feira, o primeiro caso em que as autoridades citam artigos da mídia como possíveis violações da lei de segurança nacional.
Policiais reunidos na sede do jornal Apple Daily em Hong Kong
Perto do amanhecer, a polícia prendeu cinco executivos do jornal, e mais tarde agentes foram vistos sentados diante de computadores na redação depois de entrarem com um mandado para confiscar materiais jornalísticos, inclusive dos telefones e laptops de repórteres.
A operação
A operação é o golpe mais recente contra o magnata midiático Jimmy Lai, proprietário do tabloide e crítico duro de Pequim cujos bens estão congelados por causa da lei de segurança e que está cumprindo penas de prisão por participar de assembleias ilegais.
Em comentários que causaram mais alarme sobre a liberdade de imprensa de Hong Kong, o secretário da Segurança, John Lee, descreveu a redação como uma "cena de crime" e disse que a operação visou aqueles que usam o noticiário como uma "ferramenta para ameaçar" a segurança nacional.
Ele não detalhou as dezenas de artigos que a polícia disse estar visando, mas disse que os cinco foram presos por causa de uma conspiração para fazer "uso de trabalho jornalístico" para incitar forças estrangeiras a imporem sanções a Hong Kong e à China.
– Jornalistas normais são diferentes destas pessoas. Não se mancomunem com eles – disse ele aos repórteres.