A proposta para o Orçamento de 2025 já reduz esse valor para R$ 38,9 bilhões, ainda acima do patamar anterior, mas longe de atender às ambições dos parlamentares. Reduzir as emendas está entre os muitos caminhos pensados para compor o pacote.
Por Redação – de Brasília
Os planos sociais do governo sofrerão cortes no Orçamento do ano que vem, mas as emendas parlamentares também foram incluídas no planejamento da equipe econômica. A medida busca aliviar as pressões sobre as contas públicas, que atualmente destinam R$ 52 bilhões às emendas; além de abrir espaço para um pacote mais abrangente de contenção de despesas.
A proposta para o Orçamento de 2025 já reduz esse valor para R$ 38,9 bilhões, ainda acima do patamar anterior, mas longe de atender às ambições dos parlamentares. Reduzir as emendas está entre os muitos caminhos pensados para compor o pacote, revelou uma fonte ligada à Fazenda ao diário conservador carioca ‘O Globo’, nesta quarta-feira.
Objetivos
Além dessa iniciativa, o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também visa mexer nas regras de acesso a benefícios sociais, ajustar progressões automáticas de carreira e combater os supersalários no serviço público.
Segundo Haddad, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já liberou para Haddad seguir com o plano proposto. A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), participa na elaboração do estudo, que deverá ser apresentado ao longo das próximas semanas. No entanto, fontes próximas ao ministro alertam que não há bala de prata. A ideia é condensar diversas iniciativas.
Um dos principais objetivos de Haddad é fazer o Brasil reconquistar o grau de investimento, perdido há quase uma década. Esse selo, que já foi revisto em alta pela Moody’s, seria fundamental para atrair novos investimentos estrangeiros e melhorar o clima econômico.
Estratégia
Outro argumento utilizado por Haddad para convencer o presidente quanto à importância do pacote é a promessa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, uma medida cara, que pode custar até R$ 100 bilhões por ano. Sem uma solução objetiva para financiar essa promessa, o ministro alerta que a falta de ação poderá gerar críticas ao governo, no futuro.
Apesar do otimismo da equipe econômica, o sucesso do plano depende diretamente do apoio do Congresso, o que pode ser um obstáculo a ser vencido em um cenário político fragmentado. Haddad sabe que precisa agir rapidamente. Se o plano não começar a tramitar até o início de 2025, ele corre o risco de ser sufocado pelo debate eleitoral de 2026.
A estratégia marca um novo capítulo na tentativa de Haddad de estabilizar as contas públicas, ao mesmo tempo que busca garantir o cumprimento de promessas eleitorais e preparar o terreno para 2026.