O ministro observou que o PIB cresceu acima do esperado. Em comparação ao PIB de 2022, quando a alta foi de 3%, a atividade econômica de 2023 registrou uma leve desaceleração.
Por Redação - de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad (PT) reforçou a necessidade do crescimento econômico do país se lastrear em mais investimentos, para impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de forma sustentável. Em conversa com jornalistas, na tarde desta sexta-feira, Haddad comentou o resultado da atividade econômica de 2023, que cresceu 2,9% e movimentou R$ 10,9 trilhões em valores nominais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ministro observou que o PIB cresceu acima do esperado. Em comparação ao PIB de 2022, quando a alta foi de 3%, a atividade econômica de 2023 registrou uma leve desaceleração.
— Fechar 2,9% é bastante positivo para Brasil. Passa para o mercado nacional e internacional, para o cidadão, para o consumidor e empresário, uma confiança na economia brasileira — acrescentou.
Crescimento
Haddad também reforçou a projeção de crescimento econômico do Ministério da Fazenda para 2024. A Secretaria de Política Econômica espera alta de 2,2% no PIB do ano deste ano.
— Precisamos de investimento para fazer a economia rodar. No ano passado, não foi o investimento que puxou o crescimento. Foi produção agrícola, consumo das famílias, consumo do governo e as exportações. Isso que puxou a economia brasileira no ano passado. O investimento foi a variável que menos acompanhou essa evolução — pontuou o ministro.
Segundo Haddad, o PIB do primeiro trimestre pode continuar “andando de lado” mas, a partir do segundo ou terceiro trimestre deste ano, a economia deve melhorar de maneira “estrutural”.
— A partir do momento que a política monetária continuar reagindo positivamente, com as projeções de inflação sendo revistas, como têm sido, mais para perto de 3% do que de 4% (…) com a inflação bem comportada — acrescentou.
Taxa Selic
O ministro também ressalta a participação do Congresso como condicionante ao crescimento econômico brasileiro em 2024.
— Se o Congresso continuar ouvindo a Fazenda, negociado os projetos, para ir corrigir as contas públicas que estavam totalmente desorganizadas — observou.
Haddad, no entanto, não deixou de criticar a taxa básica de juros (Selic) que está em 11,25%.
— Estamos iniciando o ano com os juros muito acima do que gostaríamos, mas 2,5% abaixo do que o começo do ano passado. Temos um bom espaço para a política monetária — acredita.
Influenciada pela agropecuária, a economia brasileira fechou o ano de 2023, o primeiro do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com crescimento acumulado de 2,9%, conforme apontam os dados do IBGE.
Expectativa
O resultado ficou levemente abaixo da variação de 2022 (3%) e da mediana das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg projetavam alta de 3% para 2023.
Os dados do IBGE também mostram uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre, após o impulso da agropecuária, concentrado no início do ano.
Considerando somente o quarto trimestre de 2023, o PIB ficou estagnado (0%) em relação aos três meses imediatamente anteriores. A expectativa mediana de analistas era de variação de 0,1%, conforme a Bloomberg.
O PIB também ficou estagnado no terceiro trimestre de 2023, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. O IBGE revisou o desempenho nesse período de 0,1% para 0%. Mesmo com a perda de força, o PIB fechou o ano passado com um desempenho superior ao projetado inicialmente por analistas.