Haddad participou, nesta manhã, no ‘Macro Day 2024’, um encontro promovido pelo banco BTG Pactual. O economista destacou, ainda, que o país precisa preparar o terreno para um ciclo de crescimento sustentável, após uma década de avanços tímidos no PIB.
Por Redação – de Brasília
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad (PT) afirmou, nesta terça-feira, que “não há razão” alguma para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial. Segundo o executivo, o país tem grande potencial econômico para alcançar esse objetivo, e ressalta a necessidade de que o crescimento seja de qualidade, com atenção à formação de capital, investimentos e mercado de trabalho.
Haddad participou, nesta manhã, no ‘Macro Day 2024’, um encontro promovido pelo banco BTG Pactual. O economista destacou, ainda, que o país precisa preparar o terreno para um ciclo de crescimento sustentável, após uma década de avanços tímidos no PIB.
— Depois de dez anos crescendo 1% ao ano, podemos abrir um ciclo de crescimento sustentável — afirmou o ministro.
Oportunidade
Segundo o palestrante, “tudo tem que ser pensado de forma orgânica para manter a qualidade desse crescimento”.
— Está todo mundo se preparando para decolar. Ninguém está deixando de perceber a oportunidade. Agora, é preciso ter zelo para ir calibrando isso — observou.
O ministro também enfatizou a importância da política fiscal para auxiliar no processo, apontando que o Banco Central (BC) deve considerar tanto a demanda quanto a oferta ao definir a taxa de juros, enquanto outros poderes devem focar no controle das contas públicas.
Inflação
O crescimento do Brasil, no entanto, inspira cuidados, pontuou Haddad. A economia se aproxima do limite da capacidade instalada, ao mesmo tempo em que a política monetária já está bastante restritiva, notando que um aperto excessivo pode trazer prejuízos ao controle da inflação.
— O sucesso também gera distorções. O crescimento também inspira cuidados. A partir do momento que você vai se aproximando da utilização da capacidade instalada, você tem que pesar variáveis para saber quais as medidas você tem que tomar para que esse crescimento seja sustentável — disse o ministro.
Haddad afirmou também que o país está crescendo a uma taxa de 3% e argumenta que não há solução para a economia brasileira que não passe pelo crescimento.
Processo
Questionado sobre a trajetória da política monetária do Brasil, o ministro apontou que a taxa de juros atual, a 10,50% ao ano, já é bastante “restritiva”, alertando que um aperto exagerado em um momento de potencial turbulência externa pode abortar um processo de combate à inflação pelo lado da oferta.
— Estamos começando a ter formação bruta de capital no país. De repente, se você erra na dose, você aborta esse processo de ampliação da capacidade instalada e vai ter processo inflacionário também — concluiu Haddad.