Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Guedes assiste à derrota de Bolsonaro e critica a direita

Arquivado em:
Quarta, 28 de Setembro de 2022 às 13:27, por: CdB

Durante entrevista, Guedes sugeriu a privatização das praias brasileiras por R$ 1 bilhão. Segundo o ministro, as transações só não são possíveis porque no Brasil há um histórico de “má gestão”. Guedes, defensor da privatização da Petrobras em caso de uma remota vitória do atual mandatário, sugere limitar o espaço público à beira mar para quem possa pagar por isso.

Por Redação - de Brasília e São Paulo 
Ministro da Economia, o empresário Paulo Guedes, que acompanha o declínio do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas, não deixa passar as críticas aos ex-aliados que, diante dos resultados negativos do candidato neofascista, desembarcam da campanha. Guedes afirmou que a direita, que deveria apoiar Bolsonaro, “é danada" e gosta de “privilégios e favores”.
guedes-1.jpeg
Ministro da Economia, Paulo Guedes "abraça" as multinacionais
— A direita também é danada, gosta de um orçamentozinho para encostar lá e puxar favores e privilégios para eles mesmos — disse Guedes durante participação no podcast Flow, na véspera. Questionado sobre quais seriam os favores e privilégios a que se referiu, o ministro desconversou.

Má gestão

A crítica, porém, parece ser dirigida ao Congresso Nacional, que ganhou poder sobre o Orçamento ao longo deste governo através das chamadas emendas de relator que integram o ‘orçamento secreto’ e são utilizadas para cooptar o apoio de parlamentares em assuntos de interesse do Planalto. Ainda na entrevista, Guedes sugeriu a privatização das praias brasileiras por R$ 1 bilhão. Segundo o ministro, as transações só não são possíveis porque no Brasil há um histórico de “má gestão”. Guedes, defensor da privatização da Petrobras em caso de uma remota vitória do atual mandatário, sugere limitar o espaço público à beira mar para quem possa pagar por isso. — O caso do Brasil é um caso clássico de má gestão. Tem trilhões de artigos mal usados. Por exemplo, tem um grupo de fora que quer comprar uma praia numa região importante do Brasil e quer pagar US$ 1 bilhão. Aí você chega lá e pergunta: vem cá, vamos fazer um leilão dessa praia? Não, não pode, isso é da Marinha. E quanto a gente recebe por isso? Não, a gente pinta lá o quartel deles uma vez por ano. É muito mal gerido o troço. Não é de ninguém, quando é do governo não é de ninguém — critica o ministro.

Economistas

A visão de Guedes, no entanto, destoa de um relevante grupo de economistas, de diferentes universidades e instituições de ensino. Em carta-manifesto, eles apoiam o voto útil no ex-presidente Lula (PT), no primeiro turno das eleições de 2022, para que a disputa se encerre já no próximo domingo, com a derrota de Bolsonaro. Os economistas criticam o atual governo em áreas como a saúde, a educação, o meio ambiente e a segurança pública, e apontam que, do ponto de vista da economia, denunciam a concessão de benefícios a grupos sociais poucos meses antes das eleições e o desmonte da capacidade de combate à corrupção. “Neste momento crítico da história brasileira, nós, abaixo-assinados/as, economistas que sempre nos posicionamos em favor da estabilidade econômica, do fortalecimento das instituições e da justiça social, nos manifestamos em apoio à candidatura do ex-presidente Lula, já no primeiro turno”, concordam os signatários.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo