Rio de Janeiro, 08 de Novembro de 2024

Guarani Kaiowá é baleado em atentado na Terra Indígena Panambi

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Segunda, 15 de Julho de 2024 às 13:42, por: CdB

O ataque ocorreu após a retomada de parte de seu território ancestral realizada na madrugada. Na mesma tarde, no tekoha Guayrakamby”i, no mesmo território, um indígena foi alvejado.

Por Redação – de Brasília

A Aty Guasu denunciou, no domingo, em nota, um ataque armado investido contra indígenas Guarani Kaiowá da Terra Indígena (TI) Panambi, Lagoa Rica, localizada no município de Douradina, no Mato Grosso do Sul.

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A TI Panambi – Lagoa Rica já é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares no ano de 2011

O ataque ocorreu após a retomada de parte de seu território ancestral realizada na madrugada. Na mesma tarde, no tekoha Guayrakamby”i, no mesmo território, um indígena foi alvejado.

A TI Panambi – Lagoa Rica já é uma terra oficialmente reconhecida, identificada e delimitada com 12,1 mil hectares no ano de 2011. Seu processo de demarcação, contudo, está paralisado dada a morosidade do Estado e medidas legislativas inconstitucionais como a Lei 14.701 e a PEC 40, que buscam instituir a tese do marco temporal.

Leia abaixo a nota:

“Após longos anos de espera pela homologação e regularização de nosso território ancestral, sobrevivendo em barracos de lona, sem as mínimas condições de vida, sofrendo ameaças e perseguições por parte do latifúndio que nos cerca com sua produção de grãos, decidimos retomar, nesta madrugada, parte de nosso território de Panambi – Lagoa Rica, localizada no município de Douradina, no Mato Grosso do Sul.

Em represália, durante a tarde, fomos atacados por fazendeiros da região, que em bandos invadiram nossa comunidade. Na mesma tarde, no tekoha Guayrakamby”i, que integra o mesmo território, um indígena foi alvejado.

Eles estão atirando para matar e prometendo um massacre. Estamos pedindo, urgentemente, socorro. Lembramos que em 2015, estes mesmos grupos de fazendeiros já atacaram a comunidade de Guyrakamby’i, e que só não cometerem uma chacina porque o Ministério Público Federal (MPF) impediu. Solicitamos urgente ajuda e que o Estado garanta nossa segurança, pois estamos em nosso território ancestral.

Acionamos o MPF, a Defensoria Pública da União (DPU) e do Mato Grosso do Sul (MS), Força Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), órgãos de segurança pública do estado e entidades de Direitos Humanos, para que investiguem e garantam a segurança às pessoas que se encontram em situação de risco devido ameaça dos fazendeiros que estão na área.

Nossa área do Lagoa Rica está delimitada, porém nunca foi entregue a nós. Retomamos para garantir a vida do nosso povo, mas agora estamos temendo a morte.

Queremos nossa terra e seguiremos em marcha em busca do direito à demarcação de nosso território que nos é garantido pela Constituição Federal em seus artigos 231 e 232. Com isso denunciamos a inconstitucionalidade da Lei 14.701 e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48”.

Douradina, Mato Grosso do Sul, 14 de julho de 2024.

Aty Guasu e conselheiros das comunidades indígenas Itay, Guyra kamby’i, Gaaro’ka e Tajasu Iguá

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