De acordo com a acusação, o governador ignorou tanto a gravidade da Depressão Isolada em Níveis Altos (Dana) que causou as inundações em diversas cidades da província de Valência.
Por Redação, com ANSA – de Madri
O Tribunal Superior de Justiça de Valência, na Espanha, recebeu a primeira denúncia contra o governador da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, por suposta “omissão de socorro” e vários outros crimes na resposta à crise provocada pelas cheias na região.
A ação foi apresentada pelo partido antiglobalização e eurocético Iustitia Europa e enumera uma série de “erros e omissões flagrantes” que Mazón supostamente teria cometido, que vão desde abuso de poder à falta de assistência, passando até por homicídio culposo múltiplo.
De acordo com a acusação, o governador ignorou tanto a gravidade da Depressão Isolada em Níveis Altos (Dana) que causou as inundações em diversas cidades da província de Valência como as possibilidades de lidar com a crise através do Plano Especial de Emergência, um protocolo específico para catástrofes de grandes dimensões.
Inundações
Ainda segundo o Iustitia Europa, o governador também errou ao não solicitar a Unidade de Emergência do Exército (UME) antes que as inundações já tivessem se espalhado pela província de Valência, versão que é sustentada pela ministra da Defesa, Margarita Robles.
O partido apresentou queixa semelhante contra o premiê espanhol, Pedro Sánchez, e o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, por omissão de ações relativas às suas responsabilidades na resposta à crise.
Mazón, no entanto, nega atrasos no envio do alerta à população e na solicitação da intervenção da UME.
Em entrevista à rádio Cadena Cope, ele afirmou que são os comandos operacionais militares que determinam se é necessária a chegada de reforços ou de “mais equipes”, e não uma “ordem política”.
O governador ainda acusou a Confederação Hidrográfica de Júcar, ligada ao Ministério da Transição Ecológica, de ter “desativado três vezes o alerta hidrológico” na terça passada.
Fontes do governo desmentiram as afirmações de Mazón, reforçando que as confederações hidrográficas não lançam alertas públicos e que os órgãos competentes para divulgar tais avisos “são os serviços de emergência das regiões”.
A tragédia em Valência deixou ao menos 217 mortos, e dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas.