Na agenda bilateral, a gestão da usina hidrelétrica Itaipu Binacional, a infraestrutura comum e a cooperação no combate a ilícitos transnacionais e em matéria de defesa.
Por Redação, com ABr - de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta sexta-feira o presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, no Palácio da Alvorada. Trata-se do segundo encontro de Lula com o futuro mandatário paraguaio desde as eleições no país vizinho, em abril.
Na agenda bilateral, a gestão da usina hidrelétrica Itaipu Binacional, a infraestrutura comum e a cooperação no combate a ilícitos transnacionais e em matéria de defesa. Temas relacionados ao Mercosul e à integração sul-americana também integraram a conversa entre os líderes de seus países, de acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores.
De início, Lula confirmou presença nas cerimônias de posse presidencial do paraguaio, em Assunção, no próximo dia 15 de agosto. Na América Latina, o Paraguai abriga a maior comunidade brasileira residente no exterior, superior a 245 mil pessoas. O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai e é a maior origem de investimentos estrangeiros diretos no país vizinho, de cerca de US$ 904 milhões. Em 2022, a corrente comercial entre os dois países alcançou valor recorde de US$ 7,15 bilhões, aumento de 7,8% em relação ao ano anterior.
Energia
Em maio, Peña esteve em Brasília e se reuniu com Lula no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele destacou que o Paraguai tem o desafio de utilizar a energia produzida em Itaipu como fonte de desenvolvimento e geração de empregos no país.
Após 50 anos, Brasil e Paraguai trabalham para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade do empreendimento. A empresa binacional conta com orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões, dos quais quase 70% destinavam-se ao pagamento da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica no Rio Paraná, financiada pelo Brasil.
Com a quitação da dívida, em fevereiro deste ano, o Anexo C poderá ser revisado, conforme prevê o tratado entre as nações sul-americanas. Cada país tem direito a metade da energia produzida pela usina, mas o Paraguai usa apenas cerca de 15% do total. Pelo tratado, o Brasil tem preferência de compra da energia excedente dos paraguaios.
