Em algumas votações-chave, Vieira e o PT se alinharam contra Hugo Motta, como na rejeição da ampliação das reduções de alíquotas de impostos para operações imobiliárias e no apoio a medidas que retiravam despesas com ciência e tecnologia do teto de gastos.
Por Redação – de Brasília
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), apontado como sucessor do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), está alinhado ao PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levantamento produzido pela mídia conservadora mostra que, em 91% das votações realizadas desde o início do governo atual, Motta esteve alinhado ao Planalto.

O índice de concordância supera até mesmo o do Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que votou com o PT em 77% das vezes. Embora seja da bancada do PSOL, tradicional aliado do PT, Vieira apresenta um índice de alinhamento menor do que o de Hugo Motta. Vieira votou com o PT em 77% das oportunidades, um percentual superior à média de sua bancada, que é de 72%, mas inferior ao de Motta. Sua posição em temas estratégicos, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, foi em geral convergente com o governo, mas ele divergiu em questões pontuais, como a criação do Comitê de Modernização Fiscal.
Em algumas votações-chave, Vieira e o PT se alinharam contra Hugo Motta, como na rejeição da ampliação das reduções de alíquotas de impostos para operações imobiliárias e no apoio a medidas que retiravam despesas com ciência e tecnologia do teto de gastos.
Alinhado
A análise considerou votações de projetos de lei, resoluções, decretos, medidas provisórias e emendas à Constituição, entre outras. O resultado coloca Motta à frente de Erika Kokay (PT-DF), com 86% de concordância com seu próprio partido, e de outros aliados do governo, como Tabata Amaral (PSB-SP), que obteve 82%. Entre os 44 deputados do Republicanos, Motta é o quinto mais alinhado ao PT, com desempenho acima da média da legenda, que registra 83%.
Embora o Republicanos tenha apoiado Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022 e se mantenha próximo de líderes da oposição como o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a bancada tem demonstrado proximidade estratégica com o governo petista.
A votação para a presidência da Câmara, marcada para 1º de fevereiro, já conta com o apoio de Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que retiraram suas candidaturas em favor de Motta.