Israel deteve mais de 400 pessoas, incluindo brasileiros que realizam greve de fome em protesto contra condições da detenção.
Por Redação, com CartaCapital – de Gaza
Os detidos da Flotilha internacional que se dirigia até a Faixa de Gaza com ajuda humanitária continuam a denunciar maus tratos por parte das autoridades israelenses, que interceptaram embarcações do grupo em águas internacionais na última semana.

Segundo atualizações publicadas pela coordenação brasileira da flotilha, o ativista Thiago Ávila anunciou greve de fome e de sede até que medicamentos essenciais sejam entregues aos ativistas. Os remédios estariam retidos por Israel, diz o grupo.
“Os relatos de maus-tratos seguem se acumulando. […] Ativistas seguem privados de tratamento médico, água e alimentação adequada. Casos de abusos físicos, interrogatórios ilegais, restrições religiosas e celas superlotadas foram registrados. Tudo isso, sob o comando e aprovação pública do Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir”, afirma publicação deste domingo.
Além de Ávila, outros dois ativistas brasileiros entraram em greve de fome – Bruno Gilga e Ariadne Telles. CartaCapital entrou em contato com o Itamaraty para verificar informações relativas à assistência aos brasileiros detidos, mas ainda não obteve retorno.
Israel deteve mais de 400 pessoas e deportou os primeiros detidos na sexta-feira. Entre eles, 137 ativistas de 13 países chegaram a Istambul, na Turquia, no sábado.
Ativistas denunciam agressões contra Greta; Israel nega
Ersin Celik, ativista turco que foi detido com os demais e deportado por Israel, afirmou no sábado a uma TV local que a ativista sueca Greta Thuberg foi “obrigada” a beijar a bandeira de Israel.
Até o momento, não há confirmação das informações. No entanto, o jornal britânico The Guardian publicou que a sueca, que ficou conhecida primeiramente por fazer greves a respeito das mudanças climáticas, relatou a representantes suecos que estava presa em uma cela “infestada por percevejos”.
Um outro integrante da flotilha também apontou à delegação sueca que Greta havia sido fotografada com bandeiras, mas não especificou se eram de Israel.
Em comunicado publicado hoje nas redes, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que as alegações são “mentiras descaradas”. “Greta também não apresentou queixas às autoridades israelenses sobre nenhuma dessas alegações absurdas e infundadas – porque elas nunca ocorreram”, complementam.
Neste domingo, autoridades de Israel e do grupo Hamas se dirigiram ao Egito para negociações a respeito de um acordo de cessar-fogo e entrega de reféns e presos de ambos os lados. A proposta, sugerida pelo presidente dos EUA Donald Trump, não impediu que artilharia isralenese continuasse atingindo Gaza neste fim de semana.
Estados Unidos
O presidente norte-americano afirmou, no sábado, que Israel havia aceitado uma primeira “linha de retirada” a uma distância entre 1,5 km e 3,5 km dentro do território palestino. Assim que o Hamas aceitá-la, um cessar-fogo “entrará imediatamente em vigor”, garantiu.
O ataque de 7 de outubro provocou a morte de 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço elaborado pela agência francesa de notícias Agence France-Presse (AFP) com base em dados oficiais.
Durante este ataque sem precedentes, os militantes islamistas sequestraram 251 pessoas, das quais 47 permanecem cativas em Gaza, e o exército israelense declarou que 25 estão mortas.
A ofensiva de represália israelense já causou pelo menos 67.139 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, governado pelo Hamas e considerados confiáveis pela ONU.
A ONU declarou parte de Gaza em situação de fome extrema e seus investigadores afirmam que Israel comete genocídio no território palestino, acusações rejeitadas por Israel.