Na véspera, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse ser ilegal a investigação do MPE-RJ sobre desvio de recursos públicos que ele teria praticado em parceria com Queiroz e quer o fim da apuração.
Por Redação - do Rio de Janeiro
As últimas declarações do senador Flávio Bolsonaro, contra a atuação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ), pesaram negativamente contra ele junto à instituição, conforme apurou a reportagem do Correio do Brasil junto a procuradores, que preferem manter o anonimato.
— Quanto mais ele se debate, mais fica preso à rede de denúncias que o colocam na condição de cúmplice em uma série de crimes cometidos por seu assessor — disse um dos procuradores ao CdB, referindo-se ao ex-assessor Fabrício Queiroz.
Na véspera, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse ser ilegal a investigação do MPE-RJ sobre desvio de recursos públicos que ele teria praticado em parceria com Queiroz e quer o fim da apuração:
— Não tem outro caminho para a investigação a não ser ela ser arquivada — disse, na entrevista a jornalistas.
O Ministério Público investiga uma movimentação financeira de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz enquanto ele trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.
O filho primogênito de Jair Bolsonaro, no entanto, não esconde sua preocupação diante da possível quebra de sigilo telefônico e bancário, a ser pedida por investigadores do MPE-RJ. O senador chama de "cagada" a divulgação de seu extrato bancário pela televisão.
No mês passado, a Justiça já tinha negado pedido do senador para suspender a investigação. Flávio Bolsonaro diz que desconhece o paradeiro de de Queiroz, que se encontra fugitivo.
— Não sei onde ele está, não tenho informação da família, não sei nada — desconversa.
Ele confirma que confiava no ex-funcionário e agora, depois da denúncia da parceria dos dois na prática de atos ilegais, aponta que Queiroz "não é merecedor" da sua confiança.
Miliciano
Flávio Bolsonaro também foi questionado neste domingo pelo Estadão sobre sua relação com o ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de chefiar uma milícia no Rio de Janeiro.
Tanto a mulher quanto a mãe Adriano trabalharam na assessoria de Flávio até novembro do ano passado.
— Conheci em 2003, 2004, mais ou menos. Ele estava sendo acusado de ter matado um trabalhador e, na verdade, era um traficante. (Fabrício) Queiroz me apresentou. Resolvi abraçar aquela causa. Até homenageei ele depois como forma de mostrar que acreditava na palavra dele. Ele, agora, está sendo acusado de um monte de coisa. Se ele estiver errado, que a lei pese sobre ele. Como exigir de mim saber de algo que 15 anos depois veio à tona? — questiona.