Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Filho de Bolsonaro e seus asseclas recebem apoio milionário da UERJ

As contratações foram feitas para projetos de pesquisa da universidade, segundo apurou a reportagem, identificadas em “folhas de pagamento sem transparência”. Entre as pessoas beneficiadas, estão 20 aliados do deputado Altineu Côrtes, atual líder do PL na Câmara.

Sábado, 20 de Maio de 2023 às 16:04, por: CdB

As contratações foram feitas para projetos de pesquisa da universidade, segundo apurou a reportagem, identificadas em “folhas de pagamento sem transparência”. Entre as pessoas beneficiadas, estão 20 aliados do deputado Altineu Côrtes, atual líder do PL na Câmara.


Por Redação - do Rio de Janeiro

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) pagou cerca de R$ 2,4 milhões a aliados das lideranças do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Câmara e no Senado, e a um assessor de Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Câmara do Rio, entre 2021 e 2022, segundo informações reveladas pelo portal de notícias UOL, na véspera.

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Carlos Bolsonaro, o filho '02' do presidente, está atolado em uma série de processos


As contratações foram feitas para projetos de pesquisa da universidade, segundo apurou a reportagem, identificadas em “folhas de pagamento sem transparência”. Entre as pessoas beneficiadas, estão 20 aliados do deputado Altineu Côrtes, atual líder do PL na Câmara, que teriam recebido, ao menos, R$ 2 milhões do projeto Escola Criativa e de Oportunidades (ECO).

Um assessor e a mãe de Carlos Portinho, líder do PL no Senado; além de Rogério Cupti de Medeiros, assessor de Carlos Bolsonaro, e uma tia do assessor também foram beneficiados. Cupti teria recebido, segundo a apuração, R$ 87,4 mil, entre julho e novembro de 2022, em razão de um projeto de educação profissional. A tia, Márcia Toffano Mattos, teria recebido R$ 91 mil, ao todo.

Denúncias


Os pagamentos, ainda de acordo com o portal de notícias, foram feitos a pessoas sem experiência acadêmica. Procurados por repórteres, logo após a divulgação dos fatos, os suspeitos negaram que houvesse algum conflito de interesses entre as atividades políticas e o recebimento de valores para realização de pesquisas.

No fim do ano passado, ainda sob a gestão do mandatário neofascista, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a inelegibilidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), após denúncias de que ele e outras 11 pessoas cometeram crimes de abuso de poder político e econômico em um caso envolvendo “folha de pagamento secreta” na UERJ.

Em reposta à mídia, a UERJ afirmou que os participantes dos projetos de extensão são selecionados “pelas respectivas coordenações, pautados pelo regramentos jurídicos vigentes, por meio de entrevista e análise de currículo”.

Projetos


“Todas as entregas e resultados dos projetos constam como informações públicas e auditáveis pelos órgãos de controle em dezenas de processos no SEI (Sistema Eletrônico de Informações) do Estado, nos quais se documenta com relatórios a execução do objeto da descentralização”, acrescentou a Universidade.

Ainda segundo a UERJ, “os projetos citados pela reportagem do portal foram suspensos em dezembro de 2022”. A Universidade resumiu ainda, em nota, “que vem realizando todas as apurações necessárias ao esclarecimento dos fatos, sendo a maior interessada em elucidar quaisquer denúncias de irregularidades”.

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