Um dos pontos muito presentes na entrevista do ex-presidente FHC foi a valorização de uma unidade entre diferentes. E que tenha como centro a democracia e como meta o olhar para os mais frágeis, os que mais precisam de um governo, durante e depois da pandemia que já matou mais de meio milhão de brasileiros.
Por Redação - de São Paulo
Entrevistado de Juca Kfouri no programa Entre Vistas desta quinta-feira (24), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que um governo precisa ter olhos a quem mais precisa. “Um governo não pode desdenhar dessa condição”, diz, ao responder questão enviada pelo líder do MST João Paulo Rodrigues. O dirigente quis saber que agenda comum uniria diferentes forças políticas na formação de uma possível frente contra o bolsonarismo.
Um dos pontos muito presentes na entrevista de FHC, com trechos disponíveis também na TVT, foi a valorização de uma unidade entre diferentes. E que tenha como centro a democracia e como meta o olhar para os mais frágeis, os que mais precisam de um governo, durante e depois da pandemia que já matou mais de meio milhão de brasileiros.
Voz do Brasil
Teria sido esse o ponto de convergência entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro recente ocorrido na casa do ex-ministro de ambos, Nelson Jobim (da Justiça, no governo tucano, e da Defesa, no governo petista). Para FHC, o encontro teve o “simbolismo” de reunir pessoas que divergem na vida política, mas não divergem nas questões fundamentais da democracia.
— Agora é hora para isso: temos que estar juntos. Tanto o Lula quanto eu somos democratas, cada um a seu modo. Há um cheiro de perigo no ar e precisamos estar juntos. Não precisamos estar juntos desde já. Na hora H vamos estar juntos pela defesa da democracia — afirmou.
De acordo com o ex-presidente, Lula “tem qualidades”, foi capaz de se fazer representar perante a maioria que o elegeu e fazer com que a voz do Brasil fosse ouvida externamente.
— Você não pode, na condição de um presidente de um país como o Brasil, só dizer amém aos que mandam (disse em referência a Bolsonaro). É preciso ter voz. O Lula foi capaz de fazer isso — assinala o ex-presidente.
Ao mencionar aspectos de gestão, FHC acentua que a economia globalizada que rege o mundo não permite acreditar que haverá crescimento econômico “só com expansão do mercado interno”.