A criação da federação partidária anima o campo mais progressista e a união de pelo menos três siglas desse campo é quase certa, com chances de se chegar a cinco. O PT, PSB e PCdoB já sinalizam para uma aliança em 2022, podendo se juntar também o PV e a Rede.
Por Redação, com RBA - de Brasília
O debate sobre a formação de uma federação partidária está entre os temas que aquecem o cenário político-eleitoral de 2022. Criado neste ano, dispositivo ajuda os partidos a se unir em blocos para as disputas eleitorais, em processo parecido com as coligações, mas obrigando a unidade durante quatro anos.
Para o professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Wagner Romão, a novidade muda a relação da organização dos próprios partidos políticos, evitando a extinção de partidos menores e barrando as alianças fisiológicas feitas apenas para aumentar o tempo de televisão, durante a propaganda eleitoral.
— As coligações só eram feitas para o momento da eleição e, no dia seguinte, desfaziam-se. A ideia da federação é criar uma relação mais permanente entre os partidos e torná-los mais próximos. O mais importante das federações é a ideia da união dos partidos a partir do espectro ideológico, criando um programa com mais vigor. Isso é melhor para o eleitorado na hora de votar e entender o que essas siglas representam — afirmou Romão à agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).
Campo progressista
A criação da federação partidária anima o campo mais progressista e a união de pelo menos três siglas desse campo é quase certa, com chances de se chegar a cinco. O PT, PSB e PCdoB já sinalizam para uma aliança em 2022, podendo se juntar também o PV e a Rede.
— Isso já muda as perspectivas para o ano que vem. Há a tentativa de diálogo entre PT, PSB e PCdoB, por exemplo. Essas federações podem ajudar os partidos pequenos que estão próximos de serem extintos, como PCdoB, por causa da cláusula de barreira — acrescentou Romão.
Embora o campo progressista tenha aberto diálogos para uma federação partidária em 2022, a direita e a extrema-direita ainda não decidiram seus rumos. Recentemente, o setor fragmentou-se ainda mais com o anúncio das pré-candidaturas de João Doria (PSDB) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
— A direita não sabe se pode ganhar ou perder com essas frentes. A fragmentação partidária do centrão e da direita foi estimulada pela legislação que tínhamos. A nossa legislação estimulava apenas os partidos fisiológicos — concluiu.