Em sua gestão, Levy promoveu uma das maiores recessões já registradas na história econômica do país, com o fechamento de mais de 10 milhões de vagas de trabalho. A presença de Levy no governo ampliaria o espectro de atuação de Paulo Guedes, pela coincidência de objetivos.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, o economista ultraliberal Joaquim Levy é uma das apostas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para a direção do BNDES, segundo adiantou uma fonte para a reportagem do Correio do Brasil, nesta sexta-feira, na condição de anonimato. Levy pediu demissão do cargo, pouco antes de Dilma ser deposta do cargo.
Em sua gestão, Levy promoveu uma das maiores recessões já registradas na história econômica do país, com o fechamento de mais de 10 milhões de vagas de trabalho. Um dos ‘Chicago Boys’ como é conhecido o grupo de economistas de ultradireita, entre os quais situa-se o novo chefe da equipe econômica de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes teria, pessoalmente, sondado Levy para o cargo.
Recessão
A missão de seu antecessor, na pasta, será a de reduzir, ao mínimo, o alcance do BNDES, deixando para os bancos privados a concessão de empréstimos para os setores empresariais hoje atendidos pela instituição.
A presença de Levy no governo ampliaria o espectro de atuação de Paulo Guedes, pela coincidência de objetivos. Ambos fizeram doutorado em economia na escola ultraliberal de Chicago.
Durante o governo da presidenta deposta, Levy, por cerca de nove meses, a intensa crise política impediu a série de ajustes que propôs e, agora, tende a ser retomada na gestão de Guedes. O economista também foi secretário da Fazenda do Rio de Janeiro no primeiro governo de Sérgio Cabral.
Nada a declarar
Além de promover uma forte tesourada nas despesas, como ministro buscou sem sucesso uma grande reversão em subsídios, a diminuição de recursos destinados para o Sistema S e a recriação da CPMF.
Sob sua gestão, no Ministério da Fazenda, o país perdeu o grau de investimento pelas agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor’s. Ao deixar o ministério, Levy foi indicado por Dilma para a Diretoria Financeira do Banco Mundial, onde segue até agora.
Procurado pela reportagem do Correio do Brasil, Levy disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que preferia não comentar sobre o assunto.