Rio de Janeiro, 15 de Dezembro de 2025

Redução na atividade econômica fica abaixo das expectativas

Em outubro, a atividade econômica brasileira apresentou uma queda de 0,2%, surpreendendo as expectativas do mercado. Descubra os detalhes e análises sobre o IBC-Br.

Segunda, 15 de Dezembro de 2025 às 20:10, por: CdB

Já na comparação com outubro de 2024, houve variação positiva de 0,4%, sem ajuste para o período, uma vez que a comparação é entre meses iguais.

Por Redação – de Brasília e São Paulo

A atividade econômica brasileira apresentou queda em outubro deste ano, de acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) diminuiu 0,2% em relação ao mês anterior, considerando os dados dessazonalizados (ajustados para o período). A expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters para o resultado do mês era de avanço de 0,10%.

Redução na atividade econômica fica abaixo das expectativas | O IBC-Br mostra uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e reflete o estado da economia brasileira
O IBC-Br mostra uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e reflete o estado da economia brasileira

Já na comparação com outubro de 2024, houve variação positiva de 0,4%, sem ajuste para o período, uma vez que a comparação é entre meses iguais. No acumulado do ano, o indicador ficou positivo em 2,4% e, em 12 meses, registrou alta de 2,5%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 15% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –; além do volume de impostos.

 

Análise

Na análise do economista-chefe do banco Daycoval, Antonio Ricciardi, sobre os dados do índice, “é importante salientar que ultimamente o IBC-BR tem mostrado uma variação inferior aquela apontada pelo PIB e, principalmente, após a última revisão do IBGE na última divulgação do PIB, os dados do do IBC-BR ficam consideravelmente abaixo aquelas mostradas pelo PIB”.

— Todavia, quando a gente observa os vetores e os setores com maior e menor magnitude, aí sim tem bastante similaridade e apresenta resultados nos mesmos sentidos. Apesar dessa variação abaixo do esperado, o IBC-BR vem mostrando desempenho muito mais fraco do que o esperado, então o mercado esperava algo próximo da estabilidade e veio uma queda de 0,2. E essa queda puxada, principalmente por indústria e serviços, ainda com o desempenho positivo do agro com a safra excelente de milho — afirmou Ricciardi. 

 

 Serviços

Ainda segundo o analista, quanto se abre esses dados, “é possível perceber que a PMS apresenta um desempenho positivo na sexta-feira passada, mas só que IBC-BR mostra queda de 0,2”.

— Essa queda pode ser explicada porque os pesos do PIB são diferentes dos pesos da PMS, principalmente no item de transportes, que é um dos mais resilientes no ano, junto com tecnologia de informação. A queda dos serviços mostra que ao preponderar a PMS, na verdade, os serviços já mostram queda na margem para outubro — acrescentou. 

 

Demanda

A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida; e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas ajudam a redução da inflação, mas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

A alta no preço das passagens aéreas fez a inflação de novembro chegar a 0,18%. Em outubro, o IPCA havia sido de 0,09%. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses é 4,46%, dentro do intervalo da meta de inflação, de 1,5% a 4,5%.

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