Rio de Janeiro, 10 de Dezembro de 2025

Inflação oficial fica abaixo do teto da meta pela primeira vez, no ano

A inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA, ficou em 0,18% em novembro, influenciada pelo aumento das passagens aéreas. Descubra os detalhes e impactos.

Quarta, 10 de Dezembro de 2025 às 17:23, por: CdB

O principal impacto no indicador veio do subitem passagem aérea, que registrou aumento de 11,9% e contribuiu com 0,07 ponto percentual do índice geral.

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

O IPCA, a inflação oficial brasileira, avançou para 0,18% em novembro, influenciada principalmente pelo aumento das passagens aéreas. O resultado representa o melhor desempenho para um mês de novembro desde 2018. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira e informam que o índice acumula alta de 3,92% no ano e de 4,46% nos últimos 12 meses.

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IPCA de novembro deve avançar 0,20%, segundo o BC

O principal impacto no indicador veio do subitem passagem aérea, que registrou aumento de 11,9% e contribuiu com 0,07 ponto percentual do índice geral. A energia elétrica residencial também pressionou a inflação, subindo 1,27% após reajustes em concessionárias específicas. No grupo Despesas Pessoais, a hospedagem avançou 4,09%, influenciada especialmente pela alta de cerca de 178% observada em Belém durante a COP-30.

 

Difusão

Entre as quedas, itens essenciais do consumo das famílias ajudaram a reduzir a pressão inflacionária. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, destacou recuos em higiene pessoal (-1,07%) e em alimentos importantes como o tomate (-10,38%) e o arroz (-2,86%). Segundo ele, “o cereal registrou uma trajetória de variações negativas ao longo de todo o ano de 2025, acumulando queda de 25%”.

Com isso, o grupo Alimentação e bebidas voltou ao terreno negativo, com variação de -0,01%. A alimentação no domicílio caiu 0,20% pelo sexto mês consecutivo. Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,46%, mas desacelerou tanto nos lanches (de 0,75% para 0,61%) quanto nas refeições (de 0,38% para 0,35%).

O índice de difusão atingiu 56% em novembro, ligeiramente acima do mês anterior. Os serviços aceleraram de 0,41% para 0,60%, impulsionados principalmente pelas passagens aéreas e pela hospedagem. Já os preços monitorados subiram 0,21%, revertendo a queda registrada em outubro.

 

Doze meses

Nos índices regionais, Goiânia apresentou a maior variação (0,44%), influenciada pela energia elétrica residencial (13,02%) e pelas carnes (1,78%). A menor taxa foi observada em Aracaju (-0,10%), devido à queda no conserto de automóvel (-3,75%) e na gasolina (-1,40%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou alta de 0,03% em novembro. O acumulado no ano é de 3,68% e o dos últimos 12 meses chega a 4,18%. Os alimentos recuaram 0,06%, enquanto os itens não alimentícios avançaram 0,06%.

Entre as regiões, Goiânia teve novamente a maior alta (0,51%), impulsionada pela energia elétrica e pelas carnes. Em Belém, o indicador caiu 0,26%, refletindo reduções no ônibus urbano (-15,54%) e em artigos de higiene pessoal (-3,20%).

O IPCA abrange famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos nas principais regiões metropolitanas do país. Já o INPC considera famílias com rendimento de 1 a 5 salários mínimos. O próximo resultado, referente a dezembro de 2025, será divulgado em 9 de janeiro de 2026.

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