Os moradores de Gaza estão enfrentando uma crise humanitária crescente, com Israel impondo um bloqueio de meses ao fornecimento de ajuda ao pequeno enclave palestino.
Por Redação, com Reuters – de Jerusalém
Um mecanismo apoiado pelos Estados Unidos para distribuir ajuda em Gaza deve entrar em vigor em breve, disse o embaixador de Washington em Israel na sexta-feira, antes da visita do presidente Donald Trump ao Oriente Médio, mas ele deu poucos detalhes.

Os moradores de Gaza estão enfrentando uma crise humanitária crescente, com Israel impondo um bloqueio de meses ao fornecimento de ajuda ao pequeno enclave palestino no terceiro ano de guerra contra o grupo militante Hamas.
O embaixador Mike Huckabee disse que vários parceiros já se comprometeram a participar do acordo de ajuda, mas não quis citar o nome deles, dizendo que os detalhes serão divulgados nos próximos dias.
– Houve uma boa resposta inicial – disse o ex-governador republicano aos repórteres na embaixada em Jerusalém.
– Há organizações sem fins lucrativos que farão parte da liderança – declarou ele, acrescentando que outras organizações e governos também precisariam estar envolvidos, mas não Israel.
O Fórum Tikva, um grupo israelense que representa alguns parentes de reféns mantidos em Gaza, criticou o anúncio, dizendo que a entrega de ajuda deveria ser condicionada à libertação dos 59 prisioneiros do Hamas em Gaza.
Trump, que deseja intermediar um acordo para que Israel e a Arábia Saudita estabeleçam relações diplomáticas, visitará Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos na próxima semana.
Desafio
A expectativa tem aumentado em relação a um novo plano de ajuda para Gaza, devastada por 19 meses de uma campanha militar israelense contra o Hamas que destruiu grande parte da infraestrutura e deslocou várias vezes a maior parte de sua população de 2,3 milhões de habitantes.
– Não será perfeito, especialmente nos primeiros dias – disse Huckabee. “É um desafio logístico fazer com que isso funcione.”
Líderes europeus e grupos de ajuda criticam um plano de Israel, que tem impedido a entrada de ajuda em Gaza desde o fim de cessar-fogo com o Hamas em março, para que empresas privadas assumissem a distribuição de ajuda humanitária no enclave.
Israel acusou agências, incluindo as Nações Unidas, de permitir que a ajuda caísse nas mãos do Hamas, que, segundo o país, está confiscando suprimentos destinados a civis e dando-os às suas próprias forças ou vendendo-os para arrecadar fundos.
– Os israelenses estarão envolvidos no fornecimento da segurança militar necessária, pois se trata de uma zona de guerra, mas não estarão envolvidos na distribuição dos alimentos ou mesmo na entrada dos alimentos em Gaza – disse Huckabee em uma coletiva de imprensa.
Perguntado se o fornecimento de ajuda dependia do restabelecimento de um cessar-fogo, Huckabee declarou: “A ajuda humanitária não dependerá de nada além de nossa capacidade de levar os alimentos para Gaza”.