O CNDH, que está vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, irá elaborar um relatório após a missão. O roteiro deve incluir a cidade de Blumenau, diz o conselheiro Carlos Nicodemos, relator do caso.
Por Redação - de Brasília
O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) enviará uma comitiva a Santa Catarina para investigar um suposto aumento de células neonazistas no Estado. O grupo designado irá viajar entre os dias 9 e 12 do próximo mês. A comitiva fará oitivas com possíveis vítimas, autoridades e especialistas.
O CNDH, que está vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, irá elaborar um relatório após a missão. O roteiro deve incluir a cidade de Blumenau, diz o conselheiro Carlos Nicodemos, relator do caso. Ele cita um levantamento realizado pela antropóloga e especialista no tema Adriana Dias, que morreu em 2023, que mostrou que a cidade de 365 mil habitantes tem 63 células neonazistas. A capital paulista, com 12 milhões de habitantes, tem 96.
— Blumenau concentra um desproporcionamento no número de grupos neonazistas em comparação com o resto do país — acrescentou Nicodemos.
Símbolos
A viagem surgiu a partir de uma representação enviada pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa) pedindo a abertura de uma investigação sobre o aumento de atividades e células neonazistas no Brasil. O documento cita uma série de casos em Santa Catarina, incluindo a utilização de símbolos característicos do nazismo, como a suástica e a saudação.
Foram esses militantes neonazistas que atuaram, nas últimas eleições, como cabos eleitorais do candidato derrotado de ultradireita Jair Bolsonaro (PL). O próprio bolsonaro posou, logo após assumir o governo em 2019, ao lado de figuras proeminentes do Partido Nacional Socialista alemão, herdeiros e difusores, atualmente, do nazismo de Adolf Hitler.