Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

‘Espião’ da Lava Jato, Garcia diz que Dallagnol quer fugir para os EUA

Arquivado em:
Segunda, 19 de Junho de 2023 às 15:46, por: CdB

Na primeira mensagem, Garcia compartilhou uma foto de Dallagnol no aeroporto, segurando seu passaporte no balcão de embarque para Chicago. Na legenda, o empresário afirmou que recebeu a foto recentemente e não teve tempo de verificar sua autenticidade, mas perguntou diretamente a Dallagnol se ele realmente estava deixando o país.


Por Redação - de Brasília e Curitiba

Delator registrado no processo da Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal, o empresário Tony Garcia usou suas redes sociais, nesta segunda-feira, para compartilhar mensagens relacionadas à viagem do ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol para Chicago, nos Estados Unidos. As publicações insinuam que Dallagnol articula uma fuga do país.

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O desembargador Gebran Neto é suspeito de manter 'encontros fortuitos' com o procurador Deltan Dallagnol


Na primeira mensagem, Garcia compartilhou uma foto de Dallagnol no aeroporto, segurando seu passaporte no balcão de embarque para Chicago. Na legenda, o empresário afirmou que recebeu a foto recentemente e não teve tempo de verificar sua autenticidade, mas perguntou diretamente a Dallagnol se ele realmente estava deixando o país. A mensagem também continha uma referência à possibilidade de Dallagnol pedir asilo divino, insinuando uma tentativa de fuga ou evasão de responsabilidades em relação aos crimes da Lava Jato.

Em outra publicação, Garcia comentou sobre a foto divulgada anteriormente, alegando que o sorriso irônico de Dallagnol se assemelhava ao de um ator de novela deixando o país após um golpe, e sugerindo que essa semelhança não era uma coincidência.

Escutas


Anteriormente, Garcia usou as mesmas redes sociais para divulgar provas sobre crimes cometidos pelo ex-juiz suspeito e incompetente Sérgio Moro (UB-PR), hoje senador, durante sua gestão à frente das investigações. Segundo o delator, Moro renovava por tempo indefinido as autorizações para que suas linhas telefônicas fossem usadas para interceptar alvos e desafetos do então magistrado, como, por exemplo, o advogado Roberto Bertholdo. Garcia denunciou recentemente ao canal norte-americano de TV CNN que atuou como "agente infiltrado" do grupo que ele classifica como a ‘Máfia da Lava Jato

Segundo o empresário, ele foi obrigado por Moro a incriminar Bertholdo, advogado que conseguiu anular sentenças proferidas à época pelo então juiz.

— Ele achava que eu era um braço político do Bertholdo nos tribunais superiores. E que o Bertholdo usava isso para vender sentenças, comprava desembargadores. Era isso o que ele perseguia, os desembargadores que, segundo ele, o Bertholdo comprava no TRF-IV. Ele queria saber se eu sabia disso. Eu falei que não — afirmou ao site de notícias 247.

Chantagem


O empresário relatou também que desembargadores do TRF-IV eram chantageados por integrantes da ‘Lava Jato’ com a informação de que teriam participado de orgias com prostitutas na suíte presidencial de um hotel em Curitiba, por volta de 2003, no episódio chamado por Garcia de ‘festa da cueca’.

— Teve desembargador com medo de aparecer a gravação. Não vou falar quem é, mas teve desembargador que contou para a mulher e acabou arranjando separação — apontou Garcia, que disse ter sido procurado por Moro para que conseguisse um vídeo com imagens da festa.

O empresário também citou o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Felix Fischer, que teria sido pressionado pela ‘Lava jato’ devido a supostos pagamentos feitos por Bertholdo a um filho do magistrado.

— Estou esperando até agora que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ou que alguém de direito me intime para eu poder falar. Tem coisas que posso provar, mas o farei na Justiça. Para cada desmentido deles, eu vou mostrar duas verdades — concluiu.

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