Na primeira mensagem, Garcia compartilhou uma foto de Dallagnol no aeroporto, segurando seu passaporte no balcão de embarque para Chicago. Na legenda, o empresário afirmou que recebeu a foto recentemente e não teve tempo de verificar sua autenticidade, mas perguntou diretamente a Dallagnol se ele realmente estava deixando o país.
Por Redação - de Brasília e Curitiba
Delator registrado no processo da Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal, o empresário Tony Garcia usou suas redes sociais, nesta segunda-feira, para compartilhar mensagens relacionadas à viagem do ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol para Chicago, nos Estados Unidos. As publicações insinuam que Dallagnol articula uma fuga do país.
Na primeira mensagem, Garcia compartilhou uma foto de Dallagnol no aeroporto, segurando seu passaporte no balcão de embarque para Chicago. Na legenda, o empresário afirmou que recebeu a foto recentemente e não teve tempo de verificar sua autenticidade, mas perguntou diretamente a Dallagnol se ele realmente estava deixando o país. A mensagem também continha uma referência à possibilidade de Dallagnol pedir asilo divino, insinuando uma tentativa de fuga ou evasão de responsabilidades em relação aos crimes da Lava Jato.
Em outra publicação, Garcia comentou sobre a foto divulgada anteriormente, alegando que o sorriso irônico de Dallagnol se assemelhava ao de um ator de novela deixando o país após um golpe, e sugerindo que essa semelhança não era uma coincidência.
Escutas
Anteriormente, Garcia usou as mesmas redes sociais para divulgar provas sobre crimes cometidos pelo ex-juiz suspeito e incompetente Sérgio Moro (UB-PR), hoje senador, durante sua gestão à frente das investigações. Segundo o delator, Moro renovava por tempo indefinido as autorizações para que suas linhas telefônicas fossem usadas para interceptar alvos e desafetos do então magistrado, como, por exemplo, o advogado Roberto Bertholdo. Garcia denunciou recentemente ao canal norte-americano de TV CNN que atuou como "agente infiltrado" do grupo que ele classifica como a ‘Máfia da Lava Jato’
Segundo o empresário, ele foi obrigado por Moro a incriminar Bertholdo, advogado que conseguiu anular sentenças proferidas à época pelo então juiz.
— Ele achava que eu era um braço político do Bertholdo nos tribunais superiores. E que o Bertholdo usava isso para vender sentenças, comprava desembargadores. Era isso o que ele perseguia, os desembargadores que, segundo ele, o Bertholdo comprava no TRF-IV. Ele queria saber se eu sabia disso. Eu falei que não — afirmou ao site de notícias 247.
Chantagem
O empresário relatou também que desembargadores do TRF-IV eram chantageados por integrantes da ‘Lava Jato’ com a informação de que teriam participado de orgias com prostitutas na suíte presidencial de um hotel em Curitiba, por volta de 2003, no episódio chamado por Garcia de ‘festa da cueca’.
— Teve desembargador com medo de aparecer a gravação. Não vou falar quem é, mas teve desembargador que contou para a mulher e acabou arranjando separação — apontou Garcia, que disse ter sido procurado por Moro para que conseguisse um vídeo com imagens da festa.
O empresário também citou o ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça Felix Fischer, que teria sido pressionado pela ‘Lava jato’ devido a supostos pagamentos feitos por Bertholdo a um filho do magistrado.
— Estou esperando até agora que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ou que alguém de direito me intime para eu poder falar. Tem coisas que posso provar, mas o farei na Justiça. Para cada desmentido deles, eu vou mostrar duas verdades — concluiu.