A extrema direita tenta desacreditar o julgamento no STF, enquanto forças democráticas devem agir para esclarecer e barrar a impunidade dos golpistas.
Por Luciano Siqueira – de Brasília
A extrema direita trabalha intensamente para desacreditar perante a opinião pública o processo que caminha no Superior Tribunal Federal, onde provavelmente se tornarão réus a partir do próximo dia 25 o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais de duas dezenas e suas comparsas na frustrada trama golpista.

Dizem que há perseguição política ao ex-presidente e ao seu grupo.
Falam que o processo não deveria correr na primeira turma do STF, em razão da presença de três ministros considerados antibolsonaristas, Flávio Dino, Cristiano Zanin e o próprio Alexandre de Moraes.
A jogada mais recente foi o autoexílio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos, alegando perseguição política.
Entretanto, a essência da questão é a possibilidade de proteção de ex-governantes e militares de alta patente que, segundo a extensa e circunstanciada denunciada pela Procuradoria Geral da República, por pouco não perpetraram o.
Por tibieza ou mesmo pela percepção de que não teriam condições políticas adequadas para o ataque às instituições.
Julgamento no STF
Agora, vendo-se ameaçados pelo julgamento no STF, resta ao ex-presidente e sua corrente de ultradireita tumultuar o ambiente político e confundir parcelas da população.
Por outro lado, o conjunto das forças populares e democráticas, parte integrante da coalizão governamental, não deve acompanhar passivamente a cena. Para além da negação da anistia aos golpistas é preciso aprofundar o debate na sociedade, em particular junto às massas trabalhadoras e à juventude, sobre a essência do debate político em curso.
Consciência e ação devem caminhar juntas e de modo proativo nesse instante tão complexo da vida política nacional no qual não basta punir os que atentaram contra as instituições, mas sobretudo possibilitar o sucesso do governo Lula, que se vê cercado por uma oposição reacionária, reverberada em uníssono pelo complexo midiático dominante.
Esclarecer e agir é preciso. Agora.
Luciano Siqueira, é médico, membro do Comitê Central do PCdoB e secretário nacional de Relações Institucionais, Gestão e Políticas Públicas do partido, foi deputado estadual em Pernambuco e vice-prefeito do Recife.
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