Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT), Geller integrou o grupo responsável por reduzir a resistência do agronegócio ao petista durante a campanha eleitoral de 2022.
Por Redação, com RBA - de São Paulo
Um dos principais aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o agronegócio, o deputado federal Neri Geller (PP-MT) disse que a ala mais moderada do setor já cedeu e começou a procurar interlocução com o novo governo. Neri Geller é cotado para ser ministro da Agricultura de Lula.
Em entrevista ao diário conservador Folha de S.Paulo, nesta terça-feira, Geller pregou o diálogo do setor com o presidente eleito.
— Tem que conversar. A eleição passou. Se você representa o setor e não está satisfeito com algo, com o custeio, com a taxa de juros a 14%, o que é um absurdo, você tem que sentar na mesa e reivindicar — afirmou o deputado.
Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ministro da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT), Geller integrou o grupo responsável por reduzir a resistência do agronegócio ao petista durante a campanha eleitoral de 2022.
Pautas relevantes
Questionado sobre a agenda do governo eleito Lula para se aproximar do setor, que se mostrou majoritariamente bolsonarista, Geller afirmou que “a primeira coisa é restabelecer a verdade”.
— Sair do campo ideológico e vir para a prática. Lula foi presidente durante oito anos e nós conseguimos avançar em pautas importantes, renegociou as dívidas quando o setor estava praticamente quebrado, reestruturou todo o crédito agrícola, incentivou o investimento com juros subsidiados — afirmou.
Ainda segundo Geller, “Lula foi um grande parceiro, pegou o setor pelo braço e viajou o mundo inteiro, abrindo o mercado para produtos brasileiros”.
— Eu conversei com várias lideranças. Muitas delas me ligaram. Muitas delas que estavam com Bolsonaro estão começando a recuar. Quando a gente sentar na mesa e mostrar que o que Lula e o governo do PT fizeram pela agricultura é infinitamente maior do que o presidente Bolsonaro — acrescentou.
Moderados
O deputado defende que o radicalismo está começando a ser minoria no setor.
— Os mais moderados já estão cedendo e estão começando a conversar, como a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), produtores de algodão (Abrapa), a de proteína animal (ABPA), e a de cooperativas (OCB). Estamos conversando com eles. Então esse setor vai vir para dentro. E quem não vier vai ficar para trás — adiantou.
Forte candidato a ministro da Agricultura do governo Lula, o parlamentar salienta a necessidade de diálogo.
— Tem que sentar na mesa e defender o setor independentemente de quem seja o governo — concluiu.