Em nenhum momento, contudo, as manifestações foram mais altas do que o ensaio dos cânticos que estavam ocorrendo quando o Bolsonaro apareceu — parte deste comportamento se deve ao padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerimônia, para o público fazer silêncio para dar início à missa.
Por Redação - de Aparecida (SP)
Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou nesta quarta-feira ao Santuário Nacional de Aparecida por volta das 14h. Logo que apareceu, foi aplaudido por parte dos presentes à missa. Mas os opositores ao candidato reagiram com vaias, segundo relatos de jornalistas presentes no local. Apoiadores do ocupante do Planalto fizeram uma nova tentativa de puxar o coro, mas não houve adesão.
Em nenhum momento, contudo, as manifestações foram mais altas do que o ensaio dos cânticos que estavam ocorrendo quando o Bolsonaro apareceu — parte deste comportamento se deve ao padre Eduardo Ribeiro, que conduzia a cerimônia, para o público fazer silêncio para dar início à missa.
Exploração da fé
Mais cedo, sem citar diretamente Bolsonaro, o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, disse que é preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade.
— Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão, que é o tentador. O dragão, que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade. Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à justiça, que o povo merece, porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida – afirmou o religioso.
A exortação ao voto feita por Dom Orlando Brandes foi proferida um dia após a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgar uma nota criticando o que qualificou de "intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno" das eleições.
Corrupção
Dom Orlando, que já havia feito críticas às políticas do governo Bolsonaro, voltou a alertar em 2021 os fiéis sobre o armamento da população.
-- Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira -- resumiu Dom Orlando Brandes durante a missa da manhã.