“Sem diálogo, sem avaliações realistas sobre o desempenho da pré-candidatura, sem competitividade nas pesquisas é insanidade sacrificar o MDB nos Estados. A persistir a obsessão não restará alternativa senão a judicialização da própria convenção”, escreveu Renan Calheiros, em uma rede social.
Por Redação - de São Paulo
Dividido praticamente ao meio, o MDB aproxima-se das eleições de outubro diante um impasse quanto ao posicionamento frente às eleições presidenciais. Um dos mais importantes líderes da legenda, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), publicou no Twitter na manhã desta sexta-feira uma enfática análise da situação do partido e ameaça ir à Justiça.
“Sem diálogo, sem avaliações realistas sobre o desempenho da pré-candidatura, sem competitividade nas pesquisas é insanidade sacrificar o MDB nos Estados. A persistir a obsessão não restará alternativa senão a judicialização da própria convenção”, escreveu Renan. O senador é um dos importantes conselheiros da ala emedebista que apoia a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Tebet
Renan e aliados são contra a realização da convenção virtual da sigla no próximo dia 27, para homologar a candidatura de Simone Tebet (MS) ao Palácio do Planalto. Segundo o senador alagoano, o presidente do MDB nacional, Baleia Rossi (SP), não tem sido democrático no processo.
Na segunda-feira à tarde, Lula recebeu o apoio de lideranças do MDB de 11 estados, em encontro entre petistas e emedebistas na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, reduto do PT. A reunião mostrou enfaticamente o desagrado da ala lulista do MDB com a pré-candidatura de Simone Tebet, aposta considerada fracassada para uma chamada “terceira via”. A pré-candidata oscila nas pesquisas entre 1% e 2% nas intenções de voto.
Pró-Lula
No dia seguinte, terça-feira, os líderes do MDB que defendem aliança com Lula se reuniram com o ex-presidente Michel Temer, que encaminhou proposta de adiar a convenção do partido a Baleia. Mas o presidente da legenda rejeitou a possibilidade pelo Twitter, e confirmou a convenção para a próxima quarta-feira.
O grupo pró-Lula conta com líderes nacionais, como governador de Alagoas, Paulo Dantas, o senador Eduardo Braga (AM), o ex-deputado baiano Lúcio Vieira Lima, o governador Helder Barbalho (PA), entre outros.
Apesar disso, os diretórios estaduais não são controlados por esses líderes, cuja maioria apoia Tebet. Por isso, na terça, o MDB divulgou carta em que confirma apoio a Tebet em 19 Estados, embora a burocracia não reflita a posição orgânica da legenda.