Segundo José Dirceu, "não podemos desprezar que Bolsonaro, apesar da perda de apoio entre os partidos de centro-direita, na sociedade civil e mesmo entre grandes empresários, ainda conta com forte base social, fundamentalista e politizada”.
Por Redação - de Brasília
O ex-ministro José Dirceu afirma que, ao participar de atos pró-intervenção militar no Brasil, Jair Bolsonaro "cometeu aberta e conscientemente crime de responsabilidade. Se não for detido, caminhará para o golpe”. Segundo o ex-ministro, "para as esquerdas não há outro caminho. É preciso propor o impedimento de Bolsonaro e lutar por ele”.
— Não se trata só de uma ameaça à democracia, mas do início de um golpe de estado, que precisa e pode ser derrotado. Esta é a hora. O país precisa de eleições gerais e de uma nova Constituição que deve vir pela soberania popular — escreveu, em texto publicado no site Nocaute.
Grupelhos
Segundo José Dirceu, "não podemos desprezar que Bolsonaro, apesar da perda de apoio entre os partidos de centro-direita, na sociedade civil e mesmo entre grandes empresários, ainda conta com forte base social, fundamentalista e politizada”.
— Além das minorias agrupadas em torno de milícias, baixas patentes das Forças Armadas e um contingente expressivo das Polícias Militares — acrescentou.
Dirceu afirma, ainda, que não há "vazio de poder no Brasil”.
— Há um poder que se divide, se fraciona, perde legitimidade, mas ainda tem o respaldo das Forças Armadas expresso pelos generais-ministros instalados no Planalto e pelo grande número de militares lotados em órgãos de governo. A forte presença militar na disputa política e no exercício do poder no Brasil de Bolsonaro, o que é uma violação flagrante da Constituição e do Estado de Direito, coloca para as esquerdas a gravidade e o risco de uma ruptura institucional ou simplesmente de uma tutela militar aberta — concluiu.