Além das joias devolvidas, após determinação judicial, um conjunto de colar, brincos, anel e relógio avaliado em mais de R$ 16,5 milhões presenteado por autoridades da Arábia Saudita à comitiva do Ministério de Minas e Energia, em 2021, um rifle e uma pistola avaliados em outros R$ 650 mil foram devolvidos à União.
Por Redação - de Brasília
Mesmo diante da apropriação indevida de joias e armas avaliadas em mais de R$ 1 milhão, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se emenda. Na manhã desta sexta-feira, o advogado Paulo Cunha Bueno fez a entrega dos objetos valiosos em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) da Capital Federal.

Além das joias devolvidas, após determinação judicial, um conjunto de colar, brincos, anel e relógio avaliado em mais de R$ 16,5 milhões presenteado por autoridades da Arábia Saudita à comitiva do Ministério de Minas e Energia, em 2021, um rifle e uma pistola avaliados em outros R$ 650 mil foram devolvidos à União.
As joias sob posse de Bolsonaro não foram declaradas à Receita Federal. Trata-se de um conjunto da marca suíça Chopard, que inclui um relógio, uma caneta, um anel, duas abotoaduras e um tipo de rosário conhecido como “masbaha”.
‘Acervo privado’
A entrega atende à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que reafirmou o seu entendimento de que somente itens de pequeno valor e de caráter personalíssimo podem ser incorporados ao suposto “acervo privado” do presidente da República.
— Confesso (que), com dor no coração, vou entregar as armas. Está o meu nome lá, eu pagaria o que tenho no meu bolso aqui por aquelas duas armas, mas não vamos criar qualquer polêmica — afirmou Bolsonaro, após o escândalo que desgasta sua imagem junto ao eleitorado.
Após a entrega dos bens, embora tenha agendado uma série de compromissos na Europa, Bolsonaro parece ter comprado passagens para voltar ao Brasil no dia 30 de março, próxima quinta-feira. A informação foi confirmada pelo Partido Liberal, que pretende transformar a chegada do ex-mandatário neofascista em uma festa no aeroporto de Brasília.
‘Normalidade’
Segundo as informações da assessoria do partido, Bolsonaro sairá de Orlando (EUA), onde está hospedado desde a última semana de dezembro, em um voo comercial previsto para decolar às 21h55. A chegada no Brasil, se tudo correr conforme o planejado, será às 7h10 do dia 30. A data, segundo fontes do PL, foi escolhida a dedo, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estará fora do Brasil, em viagem oficial à China.
De acordo com afirmações do próprio Bolsonaro, ao pisar no Brasil, a intenção é fazer sua vida ‘voltar à normalidade’. Ele deve, segundo afirmou, assumir seu lugar na direção no PL, no cargo de presidente de Honra do partido, o que lhe valerá um salário de mais de R$ 40 mil mensais.
Assim, o político da ultradireita espera poder viajar pelo Brasil para fazer imagens a serem usadas nas campanhas municipais em 2024, conforme planeja Valdemar Costa Neto desde o ano passado. A intenção do PL, inclusive, é de retomar as motociatas com a presença de Bolsonaro. Os passeios custaram, enquanto ele esteve na Presidência, cerca de R$ 100 mil, cada uma.