Ministra das Relações Institucionais, a deputada licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou, nesta quarta-feira, que o governo já iniciou as conversas para substituir indicados do ‘Centrão’ que perderam cargos nos últimos dias.
Por Redação – de Brasília
A reordenação dos cargos na Esplanada dos Ministérios, em curso desde a derrota do governo na Câmara na semana passada, quando a Medida Provisória (MP) que colocaria R$ 35 bilhões em créditos no Orçamento foi arquivada, tornou-se uma nova moeda de troca entre a articulação política do Planalto e o chamado ‘Centrão’.

Ministra das Relações Institucionais, a deputada licenciada Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou, nesta quarta-feira, que o governo já iniciou as conversas para substituir indicados do ‘Centrão’ que perderam cargos nos últimos dias. Ao todo, foram abertas mais de 300 vagas nos ministérios, em uma movimentação que busca fortalecer a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Congresso.
Arthur Lira
Hoffmann tem dito que a decisão sobre os novos nomes será tomada em conjunto com o presidente da Câmara, Hugo Motta, um dos principais líderes do ‘Centrão’, e líderes partidários alinhados ao Planalto. A ministra acrescenta que a estratégia em curso visa abrir espaço para deputados “que estejam junto com o governo”, privilegiando parlamentares mais leais.
— Não há pressa — afirmou Gleisi a jornalistas, mas admitiu que parte das nomeações pode ser anunciada já na próxima semana.
A ministra também já se reuniu com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem protagonismo acentuado junto aos partidos da direita. Hoffmann, no entanto, nega que Lira tenha representado o ‘Centrão’ e ressaltou que o parlamentar “contribuiu bastante para o governo”, principalmente durante a votação do projeto que ampliou a isenção do Imposto de Renda.
Ausência
Embora tenha indicado Carlos Vieira para a Presidência da Caixa Econômica Federal, cargo que não será afetado pelas mudanças, Lira preferiu se ausentar na votação da MP que substituía o aumento do IOF, e evitou assim um posicionamento explícito contra ou a favor do governo.
O Palácio do Planalto agora concentra esforços em assegurar apoio à votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), considerada essencial para o governo. A análise, que já deveria ter acontecido, foi adiada a pedido do Executivo, que ainda busca alternativas para compensar os R$ 35 bilhões que deixaram de entrar nos cofres públicos após a derrota da MP.
Nos bastidores, parlamentares governistas admitem que a recomposição da base também está ligada às eleições de 2026. Presidente do PT, Edinho Silva já adiantou, na véspera, que o Congresso “já ligou o modo 2026” e disse que o Planalto está concentrando sua agenda em pautas prioritárias até o fim do ano.