Rio de Janeiro, 02 de Abril de 2025

Demissão de Bebianno acirra luta política no intestino do governo Bolsonaro

Até segunda-feira, Bolsonaro se arrisca a ver cumprida ameaça de seu principal coordenador de campanha, que prometeu derrubar o governo.

Sexta, 15 de Fevereiro de 2019 às 21:16, por: CdB

Até segunda-feira, Bolsonaro se arrisca a ver cumprida ameaça de seu principal coordenador de campanha, que prometeu derrubar o governo.

 
Por Redação - de Brasília
  A demissão do ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência da República, marca a pior crise do governo de Jair Bolsonaro em pouco mais de 40 dias no poder. Bebianno reuniu-se com o mandatário, outros ministros e o vice, Hamilton Mourão. Após cerca de 40 minutos, o destino do colaborador estava definido e sua saída tende a ser formalizada na segunda-feira.
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Bebianno foi escorraçado do governo de Jair Bolsonaro, após ser chamado de mentiroso, e agora enfrenta uma investigação da PF
Até a publicação no Diário Oficial da União, no entanto, Bolsonaro se arrisca a ver cumprida a ameaça do seu principal coordenador de campanha, que prometeu derrubar o governo, caso fosse dispensado do cargo; após ser chamado de mentiroso por Carlos Bolsonaro, o filho ‘número 2’, como é conhecido. Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, o diálogo no encontro foi tenso e o vazamento de conversas entre Bolsonaro e Bebianno à mídia identificada com a ultradireita teria marcado o desenlace da história.

'Número 2'

A situação de Bebianno, no entanto, complica-se ainda mais diante da série de denúncias sobre o desvio de recursos públicos no patrocínio de candidaturas forjadas. Ao passo que as evidências se aproximavam da candidatura majoritária do PSL, Carlos Bolsonaro atacou o ministro pelas redes sociais. Ele afirmou que o ex-aliado havia mentido ao afirmar que havia conversado com o presidente por três vezes, na véspera. Bebianno esteve no comando do partido ao longo da campanha presidencial, o que o coloca no centro do suposto esquema criminoso. O conflito se estabeleceu, no entanto, no momento em que o pai reproduziu, em sua conta no Twitter, a mensagem que o ‘número 2’ havia deixado em sua página pessoal. Bolsonaro, ainda na noite passada, concedeu entrevista na qual reafirmou seu interesse em que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pedisse à Polícia Federal (PF) para investigar as evidências de fraude eleitoral. Até o início da noite, Jair Bolsonaro havia concordado em manter o ministro, após reuniões preliminares com o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Ônix Lorenzoni (Casa Civil) e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
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