“É uma honra para nós receber o presidente Lula que, sucedendo a visita de Michelle Bachelet na condição de Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, será o primeiro líder latino-americano a palestrar na Câmara”, afirmou a Cambridge Union em carta. A Associação já recebeu políticos reverenciados no mundo como Winston Churchill, Bill Gates e Stephen Hawking.
Por Redação - de São Paulo
Criticado por seus adversários por uma formação acadêmica formal incompleta, com ênfase nos debates eleitorais promovidos pelos canais de TV, no país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causou inveja aos seus detratores ao aceitar, nesta quinta-feira, o honroso convite da vetusta Cambridge Union Society, a associação estudantil da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, para uma palestra inédita. Em carta, a Cambridge Union informou que o ex-presidente seria o primeiro líder latino-americano a palestrar na instituição.
“É uma honra para nós receber o presidente Lula que, sucedendo a visita de Michelle Bachelet na condição de Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, será o primeiro líder latino-americano a palestrar na Câmara”, afirmou a Cambridge Union em carta. A Associação já recebeu políticos reverenciados no mundo como Winston Churchill, Margaret Thatcher, Bill Gates e Stephen Hawking.
Com a nova láurea na bagagem, Lula opinou sobre o processo eleitoral brasileiro e não poupou críticas ao formato dos programas promovidos pelas redes de comunicação, durante as campanhas. Na entrevista à mídia alternativa, ocorrida na véspera, Lula fez uma crítica ácida ao modelo de debates eleitorais do país.
— O modelo de debates não funciona — cravou.
Entrevistas
A dinâmica de um minuto para pergunta, dois de resposta, depois outro tanto de réplica e tréplica “não permite debate algum”, acrescentou o líder popular. Ainda segundo o provável candidato presidencial, neste ano, debate nunca foi uma questão de princípios para a mídia conservadora.
— Quando Fernando Henrique deixou de comparecer a todos os debates em 1998, a mídia silenciou, porque tinha um pacto para elegê-lo a todo custo. Mas quando deixei de ir, em 2006, fizeram escândalo e deixaram uma cadeira vazia — lembrou.
Lula não sinaliza que pretende se ausentar dos debates da eleição de 2022, mas acenou que poderá não comparecer a eles se forem realizados nos moldes tradicionais. Lula simpatiza mais com a ideia de dialogar com bancadas de jornalistas, em entrevistas pontuais.