Europa – uma das mais de 90 luas de Júpiter – é considerada um dos corpos celestes mais promissores que poderiam hospedar um ambiente adequado o suficiente para suportar formas de vida.
Por Redação, com Sputnik - de Moscou
Cientistas detectaram a presença de carbono em Europa, um dos satélites mais curiosos e envolventes, conhecido por sua superfície gelada que pode esconder vastos oceanos de água salgada líquida. A descoberta foi feita através da análise de dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb da NASA. Os estudos foram publicados na revista Science.
"Na Terra, a vida prospera na diversidade química, e o carbono é um elemento essencial para a nossa existência. Entender a química do oceano de Europa nos ajudará a determinar se é hospitaleiro para a vida como a conhecemos," disse Geronimo Villanueva, autor principal de um dos trabalhos de pesquisa e cientista planetário do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA.
Indagações
Nas observações anteriores cientistas identificaram na superfície de Europa dióxido de carbono sólido, mas permaneceu a incerteza sobre a sua origem – se era local, ou trazido por fontes externas, como meteoritos. A pesquisa recente oferece uma resposta convincente a essa pergunta, enquanto levanta indagações ainda mais profundas.
– Agora pensamos que temos evidências observacionais de que o carbono que vemos na superfície de Europa veio do oceano. Isso não é uma coisa trivial. O carbono é um elemento biologicamente essencial – acrescentou Samantha Trumbo, da Universidade de Cornell, autora principal do segundo artigo sobre a presença de carbono.
A maioria do dióxido de carbono detectado foi encontrada dentro de uma região conhecida como Tara Regio, onde o cloreto de sódio – sal de mesa – foi previamente identificado. Tara Regio, muitas vezes referida como "terreno caótico", exibe uma paisagem fraturada possivelmente resultante de interações entre a superfície gelada da lua e o alegado oceano subsuperficial.
A descoberta do carbono em Europa tem despertado entusiasmo na comunidade científica. Considera-se que Europa, embora sendo menor que o satélite natural da Terra, abriga mais do dobro da quantidade da água presente em todos os oceanos da Terra.