Segunda, 20 de Dezembro de 2021 às 11:44, por: CdB
Políticos latino-americanos e europeus parabenizaram o novo presidente chileno. Ex-presidente Lula celebra vitória. Jair Bolsonaro é o único líder da América do Sul que ainda não enviou felicitações.
Por Redação, com DW - de Santiago
Líderes da esquerda internacional, principalmente da latino-americana, saudaram a vitória de Gabriel Boric, que derrotou o ultradireitista José Antonio Kast no segundo turno da eleição presidencial realizada no Chile no domingo.
O agora presidente eleito havia recebido durante sua campanha o apoio de personalidades internacionais da cultura e da política, incluindo músicos como Roger Waters e Sting, e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, além de acadêmicos e intelectuais.
Um dos primeiros a reagir à vitória do ex-líder estudantil foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ”Parabenizo o companheiro Gabriel Boric por sua eleição para Presidente do Chile. Fico feliz por mais uma vitória de um candidato democrata e progressista na nossa América Latina, para a construção de um futuro melhor para todos”, escreveu Lula no Twitter. O texto é acompanhado por uma foto do petista com um boné da campanha de Boric.
Saudações também chegaram do Peru. O presidente daquele país, Pedro Castillo, escreveu no Twitter que a vitória de Boric foi "a do povo chileno", acrescentando que o triunfo foi compartilhado pelos “povos latino-americanos” que desejam “viver com liberdade, paz, justiça e dignidade”.
"Ótimas notícias boas do Chile !!!", escreveu por sua vez, também no Twitter, o ministro do Exterior mexicano, Marcelo Ebrard.
Fernández se diz "muito feliz por vitória"
O presidente da Argentina, Alberto Fernández falou por telefone com o político chileno, afirmando estar "muito feliz" pela vitória e o convidou para trabalhar .juntos para o desenvolvimento da região. “Desejo o melhor para você e para o Chile. Aqui você tem um amigo e está convidado a vir à Argentina quando quiser e tomara que sua primeira viagem seja ao nosso país”, acrescentou Fernández.
O presidente boliviano, Luis Arce, se juntou à lista de líderes esquerdistas que expressaram sua aprovação à eleição de Boric, garantindo que ela "fortalece a democracia latino-americana".
Nicolás Maduro, por sua vez, escreveu no Twitter “Saúdo o povo de Salvador Allende e Víctor Jara por sua contundente vitória sobre o fascismo”. Boric tem sido um duro crítico do mandatário venezuelano, assim como o governo nicaraguense, que também saudou a eleição do jovem político.
Da Europa, o premiê espanhol Pedro Sánchez enviou suas felicitações a Boric. “O povo chileno avança com esperança em direção a um futuro mais justo, feminista e ambientalista”, escreveu o socialista espanhol.
Já o também esquerdista Jean-Luc Mélenchon, candidato à presidência da França, destacou no Twitter que “no Chile a extrema direita sai derrotada”.
Direita e centro-direita
Líderes de direita e centro-direita também saudaram o novo presidente chileno. Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai, desejou a Boric "sucesso, para o bem do povo chileno".
O presidente do Equador, Guilermo Lasso, destacou a atitude democrática do ultradireitista José Antonio Kast, que logo reconheceu sua derrota contra Boric, e enviou uma “saudação fraterna ao povo chileno, que hoje elegeu seu novo presidente Gabriel Boric.
O presidente colombiano, Iván Duque, por sua vez, expressou seu interesse “em continuar trabalhando conjuntamente para fortalecer a relação bilateral histórica e fraterna que nos une”, ao felicitar Boric. "Somos países irmãos", lembrou ele em sua conta no Twitter.
O presidente do Paraguai, Mario Abdo, também de direita, também enviou felicitações. "Nossos "Parabéns a Gabriel Boric por sua eleição como presidente do Chile, e ao nosso povo irmão chileno por esta jornada democrática. Trabalharemos para continuar fortalecendo as relações entre nossos países", disse o líder paraguaio.
Até o momento, o brasileiro Jair Bolsonaro é o único líder de um país da América do Sul que ainda não se manifestou sobre a eleição de Boric. Bolsonaro tem um histórico de permanecer em silêncio ou demonstrar irritação quando candidatos de direita ou extrema direita são derrotados em outros países.
Bolsonaro, por exemplo, demorou um mês para reconhecer a vitória do democrata Joe Biden nos EUA em 2020 e a consequente derrota do seu aliado Donald Trump. Bolsonaro também torceu abertamente contra a candidatura do argentino Alberto Fernández em 2019.