Kassab e Lula encontraram-se, na noite passada, na Capital Federal, logo depois de confirmado o lançamento da legenda formada por DEM e PSL, o que foi oficializado na manhã desta quarta-feira.
Por Redação - de Brasília
Em meio à transformação no cenário eleitoral com a chegada do partido União Brasil, resultado da fusão entre o Democratas (DEM) e o Partido Social Liberal (PSL), o presidente do Partido Social Democrático (PSD), ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab disse ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não participará de uma aliança para a reeleição do líder popular, uma vez que a legenda terá candidato próprio, em 2022.
Kassab e Lula encontraram-se, na noite passada, na Capital Federal, logo depois de confirmado o lançamento da legenda formada por DEM e PSL, o que foi oficializado na manhã desta quarta-feira.
— Eu estive lá, entendo que foi um convite para que o diálogo se mantivesse, portas para algum entendimento no futuro, mas que não passa por essa eleição porque nós vamos ter candidato próprio — afirmou Kassab, nesta manhã, a jornalistas.
Governo do Rio
Um dos principais articuladores da centro-direita, Kassab relatou a Lula que já houve o convite e aguarda a resposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para se filiar ao PSD com o intuito de se candidatar à Presidência. Segundo Kassab, Lula disse que entende que o PSD cresceu e respeita a decisão do partido. A conversa não durou uma hora, segundo interlocutores.
O convite para a conversa partiu de Lula, com o objetivo de formar com o PSD uma aliança política, com vistas às urnas, de configuração mais próxima à centro-direita. O ex-presidente chegou a Brasília, no domingo, para encontros e eventos políticos. Na véspera; além do encontro com Kassab, esteve com as cúpulas de PSB, PSOL e PC do B.
Ainda pela manhã, com o PSB, Lula reforçou o apoio do PT ao deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) na disputa pelo Governo do Rio de Janeiro.
— Ele (Lula) disse claramente que no Rio de Janeiro o candidato dele sou eu, o que para mim é ótimo. Nós conversamos sobre diversos estados. A ideia é que a gente possa amadurecer a situação nos lugares — disse Freixo, a repórteres.
Candidatura
O teor da conversa foi confirmado por petistas que também estavam presentes. O PSB discutiu com Lula a situação de ao menos cinco estados onde a sigla pretende lançar candidatos: Rio de Janeiro, Acre, São Paulo, Pernambuco e Espírito Santo.
Lula sinalizou que pode apoiar os atores do PSB que entrarem nas disputas nesses locais em troca do apoio nacional. Os casos mais sensíveis são Pernambuco e São Paulo, onde o PT também pode ter pré-candidaturas.
A deputada Marília Arraes (PT-PE) quer se candidatar ao governo pernambucano. Lula, porém, já indicou que vai priorizar a disputa nacional sobre a local no Estado. O ex-presidente pediu, porém, que o PSB defina logo quem será o candidato pernambucano. O nome mais cotado é o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio.
Com o PSOL, Lula não discutiu especificidades eleitorais nem entrou na seara de apoio a Estados.