Durante a reunião de Lula com os ministros, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou líderes partidários aliados para um encontro na residência oficial e a agenda foi coincidente: a votação das MPs. O foco principal do governo é o de garantir a aprovação da MP que reestruturou os ministérios.
Por Redação - de Brasília
Após uma noite de traições na Câmara, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou o dia desta quarta-feira em negociações para evitar uma nova decepção no Plenário da Casa quanto às medidas provisórias (MPs) próximas do vencimento. O presidente Lula entrou no circuito das negociações logo pela manhã e encontrou-se, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, com a presença de ministros como Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais); além do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) .
Durante a reunião de Lula com os ministros, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), convocou líderes partidários aliados para um encontro na residência oficial e a agenda foi coincidente: a votação das MPs. O foco principal do governo é o de garantir a aprovação da MP que reestruturou os ministérios.
A proposta vence nas próximas 24 horas e até o fim desta tarde ainda não havia passado pelo crivo do Plenário da Câmara nem do Senado. Caso a medida provisória não seja votada a tempo pelos parlamentares, a estrutura de 37 ministérios estabelecida por Lula perderá a validade, retornando ao modelo de 23 ministérios que vigorava durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Assessores
Diante das ameaças de alterações na proposta, o próprio líder do governo solicitou o adiamento da votação, previsto inicialmente para a noite passada.
— O governo não pediu para adiar a votação por vontade própria. O clima era de muita ameaça. Nada como acalmar os ânimos e tomar pela manhã — afirmou um ministro palaciano ao diário brasiliense Metrópoles.
Arthur Lira, então, remarcou a votação para a noite desta quarta-feira. Pela manhã, Lira falou ao telefone com Lula, por volta das 9h, segundo relato de assessores a jornalistas, e o presidente teria pressionado pela aprovação da MP. Lira, por sua vez, teria respondido que está preocupado com a credibilidade do Executivo na Casa, devido à dificuldade no cumprimento de acordos do Planalto com o Legislativo.
— Arthur falou que está preocupado com o governo, que ainda não tem uma base estruturada — afirmou o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE), a jornalistas.
Derrota
Ainda segundo relatos à mídia conservadora, ainda há muita insatisfação entre os líderes partidários, principalmente do grupo chamado ‘Centrão’. Carreras afirmou ainda que, na reunião, José Guimarães pediu aos líderes que façam uma reflexão sobre a importância de votar a matéria. Disse também que Lira está tratando o tema com "muita isenção, deixando o colégio de líderes tomar a decisão de forma democrática".
Carreras acrescentou que, na reunião, não foram discutidos pontos de alteração do texto apresentado pelo relator da MP, Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), e que foi aprovado em comissão mista na semana passada. Ele diz que há um compromisso para que os dois maiores blocos da Casa não apresentem destaques.
Um dos líderes que integram as negociações, no entanto, diz que ainda não há compromisso sobre o mérito do texto. Ao ser questionado se a MP correria o risco de ser derrotada em Plenário, afirmou que "por ora, sim”.
— Estamos na expectativa de chance de (ela) ser aprovada — concluiu.