Segunda, 08 de Fevereiro de 2021 às 06:48, por: CdB
Economista Andrés Arauz é claro vitorioso nas urnas, e adversário no segundo turno ainda não está claro. Diferença entre ambientalista Yaku Pérez e conservador Guillermo Lasso é muito pequena, e contagem levará dias.
Por Redação, com DW - de Quito
O economista Andrés Arauz, de 36 anos, considerado o apadrinhado do ex-presidente Rafael Correa, ficou em primeiro lugar na eleição presidencial realizada no domingo no Equador.
Arauz obteve 32,22% dos votos, segundo uma contagem rápida com base em urnas selecionadas (projeção). Se ele for eleito no segundo turno, em 11 de abril, será o presidente mais jovem da história do Equador.
O concorrente dele no segundo turno ainda não está definido por causa de uma diferença muito estreita entre o ambientalista Yaku Pérez e o conservador Guillermo Lasso.
Contadas 96,81% das urnas selecionadas para a projeção, Pérez obteve 19,71%, e Lasso, 19,65%. A contagem final para definir quem ficou com a segunda vaga levará alguns dias, e ainda falta contar também os votos da diáspora.
Mais de 410 mil equatorianos que vivem no exterior estavam convocados a votar nas eleições, nas quais o país elegeu um novo presidente e vice-presidente, 137 membros da Assembleia Nacional e cinco do Parlamento Andino.
As eleições deste domingo marcaram o ressurgimento político de Correa, que vive no exílio em Bruxelas para evitar a pena de prisão a que foi condenado no Equador por corrupção. Ele quase foi o vice na chapa de Arauz, mas desistiu porque poderia ser preso se fosse ao Equador registrar sua candidatura.
Candidato indígena questiona resultados
Pérez questionou os resultados de Guayaquil e a contagem rápida realizada pela autoridade eleitoral, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
"Temos participado deste processo eleitoral exigindo transparência, mas apesar de a contagem rápida do CNE nos colocar em segundo lugar, eles se aproximam e parece que a intenção é nos rebaixar e deixar em terceiro lugar", declarou a apoiadores, diante da sede do movimento que lidera, o Pachakutik, em Quito.
O candidato indígena disse que as projeções do seu movimento não batem com o resultado apresentado pela autoridade eleitoral. Ele acrescentou que seu movimento não teve observadores em Guayaquil, onde questionou os resultados.
Porém, o candidato conservador Lasso tradicionalmente conta com um voto leal nessa cidade, seu reduto eleitoral. Lasso era visto como favorito para conseguir a segunda vaga no segundo turno.
OEA elogia participação em meio à pandemia
A chefe da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) para as eleições no Equador, Isabel de Saint Malo, elogiou a participação dos eleitores durante uma pandemia. O Equador tem mais de 258 mil infecções registradas até agora.
– Quero dar os parabéns ao povo equatoriano pelo entusiasmo e forma como participa nas atuais condições – afirmou.
O Conselho Nacional Eleitoral apelou aos cidadãos para que usassem máscara, álcool e caneta própria para votar.
– É um desafio muito grande. Quero é enaltecer o que tenho visto em termos de participação e paciência – disse Saint Malo, fazendo referência às longas filas. Em algumas delas os eleitores tiveram de esperar por mais de duas horas.
Pouco mais de 13 milhões de equatorianos estavam convocados para irem às urnas. A participação superou os 70%, segundo o CNE.
O Equador é a primeira nação latino-americana a ir às urnas em 2021, em plena pandemia.