AGU começou a olhar com atenção para casos de desinformação ligados a agentes financeiros quando um perfil que simulava uma agência de investimentos nas redes sociais publicou falas falsas e as atribuiu a Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central (BC).
Por Redação – de Brasília
Levantamento preliminar da Advocacia-Geral da União (AGU) quanto às mentiras disseminadas contra o sistema de pagamentos PIX, divulgado nesta sexta-feira, aponta a existência de uma estrutura profissional e financiada, construída no fim do ano passado, para atacar instituições e agentes econômicos no Brasil. No caso mais recente, uma onda de notícias falsas sobre o PIX fez com que a Receita Federal recuasse na aplicação de novas regras de monitoramento contra esquemas de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

— Há, sim, uma estrutura profissional, financiada e bem construída em curso desde o último trimestre de 2024. Nada é orgânico. Desde a discussão da questão fiscal, passando pelo dólar, etc… Ganhou impulso após a eleição de Donald Trump — revelou uma fonte.
AGU começou a olhar com atenção para casos de desinformação ligados a agentes financeiros quando um perfil que simulava uma agência de investimentos nas redes sociais publicou falas falsas e as atribuiu a Gabriel Galípolo, atual presidente do Banco Central (BC). A mentira foi replicada por perfis e influenciadores na área de investimentos, para milhares de seguidores que, em um efeito cascata, retransmitiram às suas listas.
O caso chegou ao núcleo do governo e à Presidência do BC, após intensa repercussão na mídia conservadora. Dias depois, no dia 25 de dezembro, o Google exibiu durante todo o dia uma cotação falsa do dólar, quando, na verdade, o mercado estava fechado por conta do feriado de Natal. Nesse caso, o Google admitiu que foi levado ao erro por um serviço terceirizado, pago para monitorar a cotação do dólar.
A suspeita é de que um site com informações falsas tenha impulsionado a cotação falsa e manipulado o algoritmo. A AGU informou o Google do erro e, na sequência, foi acusada de censura por perfis nas redes sociais.
Até os pets
No início de 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), passou a ser alvo dos ataques. Um vídeo que utilizava a tecnologia ‘deep fake’ ganhou repercussão nas redes sociais. Nele, Haddad aparecia dizendo que iria “taxar tudo”, incluindo animais de estimação.
O ministro voltou a ser alvo de ataques nesta semana, quando teve seu CPF vazado com instruções para inserção de compras em seu registro pessoal, para estimular a tese de que o ministro tem movimentação financeira atípica.