Rio de Janeiro, 01 de Abril de 2025

Câmara derruba alterações de senadores, no ‘imposto do pecado’

Em relação ao saneamento básico, os senadores o haviam equiparado aos serviços de saúde, que contam com alíquota reduzida, o que geraria um impacto de 0,38 na alíquota do novo IVA.

Terça, 17 de Dezembro de 2024 às 21:00, por: CdB

Em relação ao saneamento básico, os senadores o haviam equiparado aos serviços de saúde, que contam com alíquota reduzida, o que geraria um impacto de 0,38 na alíquota do novo IVA.

Por Redação – de Brasília

O novo relatório da Câmara sobre os ajustes na reforma tributária retomou o Imposto Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, sobre as bebidas açucaradas e retirou o saneamento básico da alíquota reduzida, com desconto de 60% em relação à padrão. A votação foi realizada terça-feira.

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Refrigerantes açucarados estão agora incluídos no ‘imposto do pecado’

A Câmara, que aprovou a regulamentação da reforma em julho, analisa novamente o texto após modificações feitas pelos senadores na semana passada. Após a nova votação pelos deputados, o projeto passará à sanção presidencial.

As mudanças, segundo o relator na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), reduzem a alíquota padrão do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em 0,7 ponto porcentual. As concessões feitas pelos senadores elevavam o IVA médio para ao menos 28,6%.

Redução

A redução feita pela Câmara ainda deixa o IVA acima da trava de 26,5% criada pelos deputados para limitar a tributação sobre o consumo. O relator, Reginaldo Lopes (PT-MG), disse acreditar que, dada a redução esperada com a sonegação e o ganho de eficiência, é provável que alíquota fique mais baixa, ao redor de 25%.

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Em relação ao saneamento básico, os senadores o haviam equiparado aos serviços de saúde, que contam com alíquota reduzida, o que geraria um impacto de 0,38 na alíquota do novo IVA.

Esse benefício foi derrubado sob a justificativa de que o saneamento já está contemplado no mecanismo de cashback, que prevê a devolução de parte do imposto pago aos mais pobres. Já os serviços veterinários, os chamados “planos pet”, saíram da alíquota reduzida, com desconto de 60%, e voltaram para o desconto de 30%.

Alimentos

Água mineral e biscoitos de consumo popular, enquadrados na alíquota reduzida de 60% pelos senadores, voltaram à tributação original da Câmara – os biscoitos estavam na alíquota padrão. Os dois itens, segundo Reginaldo Lopes, somados ao saneamento, representam renúncias tributárias de 0,51 ponto porcentual de alíquota padrão.

Foi retomado também o Imposto Seletivo sobre as bebidas açucaradas. O “imposto do pecado” passa a incidir sobre itens considerados nocivos à saúde e ao meio ambiente.

O relator restabeleceu, ainda, o texto da Câmara que fixava dez critérios para tributar os automóveis com Seletivo. No Senado, o número de critérios havia sido cortado para cinco, o que, segundo a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), beneficiava os veículos elétricos.

O relator manteve o benefício para autopeças vendidas para montadoras instaladas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incluído pelo Senado. O Ministério da Fazenda trabalhou contra a medida.

 

Medicamentos

O novo relatório da Câmara, por sua vez, retoma a lista com os medicamentos com imposto zero. O Senado havia extinguido a lista e determinado que uma nova lei complementar instituiria o rol de medicamentos isentos. Lopes rejeitou esse dispositivo e restabeleceu o anexo aprovado pelos deputados com 383 medicamentos com imposto zero.

Em seu parecer, Lopes decidiu manter os benefícios para a Zona Franca de Manaus que foram inseridos pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM). O benefício à refinaria da Atem, a única da região Norte do País, também prossegue no texto da Câmara.

— Limitamos a atuação da refinaria à Zona Franca, não pode distribuir fora da região, hoje não existe essa trava — concluiu.

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