A tecnologia deverá ser implementada de forma gradual. A primeira turma a receber as câmeras foi do 9º BPM, responsável pelo policiamento na área central da cidade, onde aproximadamente 400 mil pessoas circulam diariamente.
Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul deu início ao uso de câmeras corporais na terça-feira. O primeiro lote, com 300 equipamentos, foi entregue na segunda ao Comando de Policiamento da Capital (CPC), responsável pelas operações em Porto Alegre.
A entrega dos equipamentos ocorreu em uma solenidade, com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB). O ato também marcou a inauguração do Centro de Operações da Brigada Militar (Copom) e a entrega de mil armas não letais à corporação.
Os investimentos em segurança foram uma parceria entre o governo do estado e o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS). Foram investidos R$ 13,7 milhões para as câmeras corporais e o armamento; e R$ 1,3 milhão do TJRS para o novo Copom.
A tecnologia deverá ser implementada de forma gradual. A primeira turma a receber as câmeras foi do 9º BPM, responsável pelo policiamento na área central da cidade, onde aproximadamente 400 mil pessoas circulam diariamente. A expectativa é de que até o início de dezembro todos os mais de 2 mil agentes do CPC estejam equipados com os dispositivos.
Esse é o primeiro lote com 300 câmeras de um total de mil equipamentos, com investimento anunciado de mais de R$ 7 milhões. O projeto experimental será destinado ao Departamento de Ensino, para treinamento dos novos policiais até o final do ano.
O número total de equipamentos adquiridos deve somar 1,1 mil câmeras. Destas, mil serão destinadas para a BM. As outras 100 peças vão ser de uso da Polícia Civil, mas ainda não há data estimada para o começo do projeto na instituição. Também não há estimativa de distribuição da tecnologia às forças de seguranças de outras cidades do estado.
Como funcionam as câmeras
O policial não precisa iniciar a gravação – ela começa imediatamente após a coleta do equipamento de sua base de carregamento e só encerra a gravação quando volta a ser conectada para recarregar a bateria, que tem duração de 12 horas.
A câmera fica afixada no fardamento, na região central do tórax, e o policial não consegue desligar o equipamento. A câmera poderá ser retirada apenas quando o agente for ao banheiro, quando for se alimentar ou quando precisar participar de alguma reunião interna.
As imagens podem ser acessadas remotamente pela central de comando e controle, com acompanhamento em tempo real. O sistema que controla os equipamentos conta com georreferenciamento e registro de horário, e mais de uma câmera pode ser comparada simultaneamente para análise.
Na entrada do turno de serviço, o policial utiliza a câmera que está designada para ele. O agente acessa o equipamento pelo número de sua identificação funcional (ID), no qual ficarão gravados todos os registros do turno operacional.
A gravação de rotina é registrada em baixa resolução (480p) e sem áudio. Na gravação de ocorrências, o policial acionará um botão para gravação em alta resolução (720p) e com áudio. Este recurso também pode ser acionado à distância, caso o policial não tenha tempo hábil de ativá-lo.
As gravações no modo intencional ficam armazenadas na nuvem por um ano. Já as imagens de rotina, quando supostamente não está sendo atendida nenhuma ocorrência, por 90 dias.
A câmera conta com tecnologia de estabilização de imagem, que reduz o impacto de movimentos bruscos, garantindo que as gravações permaneçam claras e estáveis, mesmo em situações de alta intensidade.
Apenas dois órgãos terão acesso aos vídeos das câmeras: a Corregedoria, que fornecerá imagens em caso de solicitações judiciais, e a Comunicação Social, que disponibilizará imagens de eventos e ações da corporação.