Em conversa com jornalistas, o ministro lembrou que a valorização do dólar no mercado global impactou os preços no Brasil, o que exigiu medidas de controle por parte do Banco Central (BC), com a adoção de uma política monetária contracionista.
Por Redação, com Reuters – de Al-Ula, Arábia Saudita
Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad afirmou, nesta segunda-feira, 17, que a inflação no Brasil está em torno de 4% a 5% e que esse patamar é “relativamente” normal dentro do contexto do Plano Real. Haddad destacou, ainda, que o país já superou o período de inflação de dois dígitos.

Em conversa com jornalistas, o ministro lembrou que a valorização do dólar no mercado global impactou os preços no Brasil, o que exigiu medidas de controle por parte do Banco Central (BC), com a adoção de uma política monetária contracionista.
O ministro destacou também que a recente valorização do real frente ao dólar pode contribuir para a estabilização dos preços.
— O aumento das taxas será no curto prazo. O dólar voltou a um nível adequado e caiu 10% nos últimos 60 dias. Acho que isso vai fazer com que a inflação se estabilize — afirmou.
Seminário
Haddad participou, nesta manhã, do painel ‘Um caminho para a resiliência dos Mercados Emergentes’, durante a Conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Al-Ula, na Arábia Saudita. Em sua participação, Haddad demonstrou seu apoio à reforma tributária, especialmente no que diz respeito ao sistema de consumo. Ele reiterou que o ajuste fiscal que está sendo implementado não será recessivo.
Segundo o ministro, esse ajuste contribuiu para que a economia brasileira mantenha uma taxa de crescimento próxima de 3,5% em 2024, mesmo com a elevação da taxa de juros para controlar a inflação. Haddad também destacou o esforço do Brasil em buscar um equilíbrio econômico sustentável, apesar dos desafios externos, como o fortalecimento do dólar, e afirmou que o país continua a trabalhar para a construção de uma política fiscal responsável.
O Brasil, ainda segundo o ministro, buscará intensificar o debate sobre dois temas fundamentais durante a COP30, que ocorrerá no segundo semestre em Belém (PA): a integração dos mercados de crédito de carbono e o pagamento por serviços ambientais.
Conferência
Questionado sobre a resiliência diante das forças da natureza e o papel da COP30 na organização global, Haddad ressaltou a parceria do Brasil com o FMI para discutir modelos de integração do mercado de carbono. O economista destacou a importância de evitar que a crise climática seja usada como pretexto para a criação de barreiras comerciais sob a justificativa de proteção ambiental.
Em sua fala, a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, reforçou a relevância da resiliência econômica diante da crescente frequência de choques globais, ao afirmar que as economias devem ser capazes de se antecipar e absorver esses impactos, um ponto também abordado por Haddad durante o seminário.