Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Boulos questiona quem paga as contas de Queiroz em São Paulo

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Sexta, 30 de Agosto de 2019 às 08:29, por: CdB

"Acharam o Queiroz. E não foi a PF do Moro. A questão agora é quem paga sua estadia no Morumbi e suas consultas no Albert Einstein. Com a palavra, a família Bolsonaro".

Por Redação, do Rio de Janeiro Um dia após a revista Veja ter flagrado o ex-PM Fabrício Queiroz passando pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no último dia 26, Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), questionou, por meio de sua conta no Twitter, quem paga a estadia em um dos mais nobres bairros de São Paulo e o tratamento do laranja de Flávio Bolsonaro.
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De acordo com a revista Veja, Fabrício Queiroz estaria fazendo tratamento no Hospital Albert Einstein, em São Paulo
Queiroz ficou famoso por ser coordenador do esquema de lavagem de dinheiro que ocorria no gabinete do filho de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Na rede social, o candidato à Presiência em 2018 perguntou: "Acharam o Queiroz. E não foi a PF do Moro. A questão agora é quem paga sua estadia no Morumbi e suas consultas no Albert Einstein. Com a palavra, a família Bolsonaro". "Queiroz pagou 133 mil reais em internação no Einstein com dinheiro vivo. Segue morando no Morumbi, onde o valor do metro quadrado é de pelo menos 8 mil reais. De dois em dois mil reais, haja envelope para depositar tanto dinheiro...", completou. Ministério Público e Queiroz Em julho deste ano, o Ministério Público aprofundou o inquérito sobre as contas eleitorais do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O dinheiro arrecadado por Fabrício Queiroz com outros assessores do antigo gabinete do então deputado, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), teria irrigado as campanhas políticas do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. As doações de campanha de Flávio também são alvos da investigação desde o final de março pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc); no âmbito do inquérito que apura supostos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa por meio do desvio de salário de assessores no gabinete de Flávio na Alerj. Além do uso eleitoral, investigadores analisam em sigilo, segundo dados vazados para a mídia conservadora paulistana, o possível enriquecimento ilícito dos envolvidos e prática de agiotagem, entre outros, com os recursos arrecadados por Queiroz. Dados da quebra de sigilo fiscal e bancário de Flávio, Queiroz e de outros 92 suspeitos devem ser cruzados com as informações de campanhas colhidas pelos promotores; que buscam trilhar o caminho do dinheiro e avaliar a dimensão dos desvios de salários de assessores; na chamada “rachadinha”, que teria sido estabelecida por Queiroz e determinar se houve ou não envolvimento de Flávio. Em dezembro de 2018, o ex­assessor do senador eleito disse a uma rede de televisão aberta que fez fortuna com a compra e venda de carros usados. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelou que parte do R$ 1,2 milhão movimentados ao longo de um ano teria vindo de transações comerciais. Queiroz, no entanto, não aparece junto à Receita Federal com qualquer registro de comerciante ou equivalente. — Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro… Sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora, na minha época lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, revendia, tenho uma segurança — disse, sem explicar a transferência de recursos para a conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil. Mobilidade Queiroz trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O Coaf identificou “movimentações atípicas” de mais de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz, em um período de 13 meses. Na entrevista, ele disse que seus rendimentos mensais giravam em torno de R$ 23 mil a R$ 24 mil, sendo “cerca de R$ 10 mil” do salário de assessor e o restante da remuneração como policial.
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