Bolsonaro não apenas convocou a população para as manifestações golpistas, mas participou dos atos públicos, nesta manhã, de dentro de uma viatura oficial da Presidência da República. Houve, ainda, pequenos protestos registrados em outras capitais, a exemplo de Salvador e Belo Horizonte.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus seguidores burlaram, neste domingo, todas as normas que o Ministério da Saúde emitiu para proteger a população contra o vírus Sars-CoV-2, que dissemina a síndrome Covid-19, responsável pela morte de milhares de pessoas ao redor do mundo. Na manhã deste domingo, na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, e em Brasília, uma pequena multidão pediu a volta da ditadura militar e a reedição do Ato Institucional número 5 (AI-5), que fechou o Congresso e amordaçou o Poder Judiciário.
Bolsonaro não apenas convocou a população para as manifestações golpistas, mas participou dos atos públicos, nesta manhã, de dentro de uma viatura oficial da Presidência da República. Houve, ainda, pequenos protestos registrados em outras capitais, a exemplo de Salvador e Belo Horizonte.
Isolamento
Desde as primeiras horas da manhã, Bolsonaro estimulou os protestos, com mensagens nas redes sociais. No início desta tarde, o mandatário neofascista deixou o Palácio da Alvorada se dirigiu para a Esplanada dos Ministérios, onde um grupo de fanáticos o aguardava. Questionado sobre a atitude, contrária à orientação do próprio governo, o Planalto desconversou. A Secretaria de Comunicação Social (Secom), cujo diretor encontra-se em isolamento, após ser diagnosticado com a Covid-19, disse apenas que Bolsonaro cumpria "agenda pessoal”.
De dentro do carro oficial, com gasolina paga por todos os contribuintes brasileiros, Bolsonaro passou a liderar uma carreata por vários pontos da Capital Federal. Foi seguido por algumas dezenas de veículos — muitos deles com bandeiras verde-amarelas — que buzinavam e piscavam faróis, por quase uma hora. De volta ao Palácio do Planalto, Bolsonaro acenou no alto da rampa, sob os gritos de ‘mito' dos manifestantes.
Os atos públicos, em tempos de coronavírus, serviram também para a tentativa de criação do partido Aliança pelo Brasil, de orientação neofascista. No Rio e em Brasília foram montados postos para coleta de assinatura para filiação à legenda, que enfrenta ações judiciais por incluir pessoas mortas, no cadastro entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).