Segunda, 09 de Setembro de 2019 às 09:58, por: CdB
Vice-presidente Hamilton Mourão continuará exercendo o cargo interinamente até quinta-feira, conforme previsto.
Por Redação, com Reuters - de São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, em vídeo gravado no hospital um dia após ter passado por uma cirurgia de correção de hérnia, que voltará ao trabalho na terça-feira, apesar de ter transmitido o cargo interinamente por cinco dias ao vice-presidente Hamilton Mourão.
- Pessoal, só segunda-feira que eu estou de folga. Amanhã eu volto para o batente - disse o presidente no vídeo, em que aparece na cama de seu quarto no hospital, com café da manhã servido.
Bolsonaro foi operado no domingo para correção de uma hérnia incisional no abdômen, em um procedimento considerado bem-sucedido pelos médicos, mas que durou mais do que o previsto pelo fato de o intestino ter novamente aderido na parede abdominal.
Segundo boletim médico divulgado pela equipe responsável após uma avaliação clínica realizada nesta manhã, Bolsonaro encontra-se em estado estável, sem dor, afebril e com boa evolução clínico-cirúrgica.
O presidente vai iniciar fisioterapia motora, podendo sentar na poltrona e realizar caminhada no corredor, e teve liberada uma dieta líquida à base de água, gelatina, chá e caldo ralo, mas continuará com visitas restritas por enquanto, por orientação médica.
Apesar da declaração do presidente sobre a volta ao trabalho, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, esclareceu que Mourão continuará exercendo o cargo interinamente até quinta-feira, conforme previsto.
Mourão tem visita agendada a Bolsonaro nesta tarde no hospital em São Paulo, onde o presidente foi operado, afirmou o porta-voz em entrevista coletiva na capital paulista.
- As ações que são legalmente constituídas e determinadas pela Presidência da República, pelo cargo presidente da República, estão sob responsabilidade do general Mourão. É claro que o presidente participa das decisões por meio das suas interlocuções com seus vários ministros, inclusive com o próprio general Mourão - disse o porta-voz.
Rêgo Barros acrescentou que está mantida a previsão de viagem do presidente a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU em 24 de setembro, diante da boa recuperação apresentada por ele. “Estamos com um planejamento em andamento e a previsão de realização da viagem se mantém”, afirmou.
A cirurgia de domingo foi a quarta que Bolsonaro, de 64 anos, precisou fazer na região abdominal em função de uma facada que levou em setembro do ano passado, durante evento da campanha eleitoral na cidade mineira de Juiz de Fora.
Logo após o atentado, o então candidato precisou passar por uma delicada cirurgia de emergência por causa de ferimentos nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal, ainda em um hospital da cidade mineira.
Depois, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia para desobstrução intestinal, em São Paulo, onde também foi operado em janeiro deste ano, já como presidente, para retirada de uma bolsa de colostomia e reconstrução do trato intestinal.
No sábado, a bordo do tradicional Rolls Royce presidencial, Jair Bolsonaro abriu o desfile do Dia da Independência, celebrado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, acompanhou o pai no banco de trás.
Várias outras autoridades estiveram presentes, principalmente ministros do governo Bolsonaro, dentre os quais Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Augusto Heleno (Segurança Institucional), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Abraham Weintraub (Educação) e Tereza Cristina (Agricultura).
Outras presenças conhecidas foram as do apresentador Silvio Santos(dono do SBT), do bispo da Igreja Universal Edir Macedo (proprietário da Rede Record), e do empresário Luciano Hang, conhecido nas redes sociais como "Véio da Havan".