Mais cedo, ao falar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro não mencionou diretamente a saída do senador da vice-liderança, mas procurou afastar qualquer ligação com o senador com quem, na campanha eleitoral, disse ter “uma relação estável” por conviver há mais de 20 anos.
Por Redação - de Brasília
Depois de o presidente Jair Bolsonaro reafirmar, na véspera, que não existe corrupção no seu governo e, nesta quinta-feira, um de seus mais próximos aliados, o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), ser flagrado com dinheiro na cueca, em operação da Polícia Federal com dinheiro na cueca, o parlamentar foi afastado da vice-liderança do governo. Rodrigues foi afastado por não ter condições de continuar na representação depois do que Bolsonaro classificou de “um fato lamentável em todos os aspectos”.
Mais cedo, ao falar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro não mencionou diretamente a saída do senador da vice-liderança, mas procurou afastar qualquer ligação com o senador com quem, na campanha eleitoral, disse ter “uma relação estável” por conviver há mais de 20 anos.
— Parte da imprensa me acusando do cara ser meu amigo, eu coloquei como vice-líder e que eu não combato a corrupção. Vamos deixar bem claro, essa operação da Polícia Federal, como metade das operações, foi em conjunto com Controladoria-Geral da União. Ou seja, nós estamos combatendo a corrupção. Não interessa quem seja a pessoa suspeita — disse Bolsonaro quando perguntado sobre a operação em Roraima.
Acusações
Durante a operação de quarta-feira, que apurava desvios de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares para uso no combate à pandemia de Covid-19, Rodrigues foi encontrado pelos policiais com dinheiro escondido nas nádegas. Bolsonaro afirmou que a operação de ontem é “fator de orgulho” para seu governo e que algumas pessoas acham que toda corrupção tem a ver com o Executivo.
Ao comentar o caso, o vice-presidente Hamilton Mourão defendeu que Rodrigues se afastasse voluntariamente da vice-liderança do governo.
— Seria bom se ele se afastasse voluntariamente. Até para se defender das acusações mais livremente — acrescentou o mandatário.
Interferência
Mourão também concordou com o presidente ao dizer que o senador Rodrigues não pode ser considerado membro do governo, mas uma “linha auxiliar”, e que seria diferente se fosse um caso de corrupção envolvendo um ministro ou membro do primeiro escalão do governo.
O vice-presidente afirmou ainda que o caso é uma demonstração de que não há interferência do presidente na PF.
— Se a pessoa está medida em uma atividade ilegal a PF tem toda liberdade para agir — concluiu.