Não havia em curso, à época das consultas desautorizadas, nenhuma investigação aberta contra os três, o que levou à abertura de uma investigação interna e disciplinar, ainda em curso, contra Feitosa.
Por Redação - de Brasília
Chefe da inteligência da Receita Federal, o bolsonarista Ricardo Pereira Feitosa teria acessado e copiado dados fiscais sigilosos do coordenador das investigações do suposto esquema de rachadinhas, o então procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, segundo denúncia estampada na mídia conservadora, nesta segunda-feira. Dados de dois políticos, desafetos da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Gustavo Bebianno, já falecido, tiveram suas contas invadidas.
Não havia em curso, à época das consultas desautorizadas, nenhuma investigação aberta contra os três, o que levou à abertura de uma investigação interna e disciplinar, ainda em curso, contra Feitosa.
Relatório
Os dados de Gussen foram consultados nos dias 10,16 e 18 de julho de 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro, diz a reportagem do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. Feitosa acessou e extraiu cópias de declarações de imposto de rendas completas do então procurador “de um período de sete anos, de 2013 a 2019”, acrescenta.
O procurador chefiou o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro de janeiro de 2017 a janeiro de 2021, período em que a instituição recebeu um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicando movimentação financeira atípica por parte de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Os dados do IR também foram extraídos dos empresários Marinho e Bebianno, que participaram da campanha presidencial de Bolsonaro em 2018, mas romperam logo no início do governo.