O projeto nuclear foi iniciado durante o governo de Evo Morales (2006-2019). O programa dará origem ao maior centro de pesquisa nuclear para fins pacíficos do mundo, de acordo com a Rosatom.
Por Redação, com Sputnik - de La Paz/Moscou
O projeto nuclear foi iniciado durante o governo de Evo Morales (2006-2019). O programa dará origem ao maior centro de pesquisa nuclear para fins pacíficos do mundo, de acordo com a Rosatom.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou na terça-feira a reativação do projeto de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear em parceria com a Corporação Estatal de Energia Nuclear da Rússia (Rosatom), que foi interrompido pelo governo de transição de Jeanine Áñez.
– Recebemos representantes da Corporação Estatal Atômica da Federação da Rússia. Reativaremos o projeto do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear para fortalecer a luta contra o câncer e melhorar nossa produção agrícola – escreveu Arce em sua conta oficial no Facebook.
O presidente boliviano não deu mais detalhes sobre a reunião.
Projeto parado
O programa de US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) na cidade de El Alto, perto da capital La Paz, dará origem ao maior centro de pesquisa nuclear para fins pacíficos do mundo, de acordo com a Rosatom.
A obra está paralisada desde o primeiro trimestre de 2020, apesar do anúncio do governo de Áñez e da corporação russa de que o complexo vai começar a fincionar em 2023.
O complexo contará com uma unidade de ciclotron e radiofarmácia, uma planta de irradiação de alimentos e outros produtos principalmente para o mercado internacional, além de um reator nuclear para pesquisa e capacitação profissional.
Os radiofármacos serão utilizados pelos três centros de medicina nuclear que a Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN) está construindo simultaneamente, com tecnologia argentina. Esses projetos foram paralisados em fevereiro do ano passado pelo diretor da ABEN durante a gestão de Áñez, Juan Alfredo Jordán, que denunciou algumas cláusulas do contrato entre a Bolívia e a Rosatom como violações constitucionais.
Jordán foi demitido antes da visita de executivos da corporação russa em abril passado, quando foi anunciada continuidade do projeto.
O projeto nuclear foi iniciado durante o governo de Evo Morales (2006-2019). O governo Arce já havia anunciado a reativação de uma indústria petroquímica, também paralisada pelo governo Áñez.