A nota lamenta que o bispo tenha sido “vítima da intolerância, da falta de um senso mínimo para a convivialidade, do desrespeito covarde, colocando vidas, dom sagrado, em risco”. Dom Walmor classifica isso como “sintomas graves de uma sociedade adoecida”.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, divulgou uma nota de solidariedade a dom Vicente de Paula Ferreira. No último sábado, após uma missa na Paróquia São Caetano, na cidade de Moeda (MG), dom Vicente recebeu ameaças de um grupo e de um homem armado.
A nota lamenta que o bispo tenha sido “vítima da intolerância, da falta de um senso mínimo para a convivialidade, do desrespeito covarde, colocando vidas, dom sagrado, em risco”. Dom Walmor classifica isso como “sintomas graves de uma sociedade adoecida”.
Segundo o arcebispo, providências judiciais já estão sendo adotadas para que a hostilidade cometida contra dom Vicente não permaneça impune.
– Em uma sociedade livre, democrática, a divergência de opiniões não pode justificar atitudes beligerantes, descompromissadas com a fraternidade. O Evangelho ensina que todos, independentemente de suas convicções, somos irmãos uns dos outros, filhos e filhas de Deus – conclui.
Ofensas e ameaça
A Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração (Ceem) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual dom Vicente é secretário geral, informou que o bispo sofreu ameaça de morte por parte de um grupo de pessoas identificadas com o presidente da República, Jair Bolsonaro.
“O grupo gritava aos berros ‘fora bispo’ e ‘lá fora vai ser diferente’, chegando aos ouvidos do motorista e segurança que se encontravam ao fundo da quadra poliesportiva, onde a celebração ocorria”, descreve a nota.
Dom Vicente é bispo auxilar da Arquidiocese de Belo Horizonte e tem sido crítico ao governo do presidente de Bolsonaro. Além disso, tem atuado na defesa dos atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho.