Domingo, 13 de Fevereiro de 2022 às 12:09, por: CdB
Barroso disse ainda que a declaração do presidente sobre supostas vulnerabilidades encontradas pelas Forças Armadas nas urnas “é falsa”. Segundo o ministro, um representante dos militares no processo eleitoral fez questionamentos que serão respondidos pelo TSE na semana que vem.
Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal (TSE) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o jurista Luís Roberto Barroso acredita que os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro revelam "limitações cognitivas e baixa civilidade". À frente do TSE até o dia 22 de fevereiro, Barroso disse que a Corte vai garantir "eleições livres, limpas e seguras” e que as declarações de Bolsonaro são “uma retórica repetida” e “um discurso vazio”.
— Comício do presidente na porta do quartel-general do Exército, tanques na Praça dos Três Poderes, a minguada manifestação do 7 de setembro com discursos golpistas de desrespeito a decisões judiciais e ataques a ministros. Tudo isso eu acho que mais revela limitações cognitivas e baixa civilidade do que propriamente um risco real — disse o ministro ao diário conservador carioca O Globo, neste domingo.
Largada
Barroso disse ainda, aos jornalistas, que a declaração do presidente sobre supostas vulnerabilidades encontradas pelas Forças Armadas nas urnas “é falsa”. Segundo o ministro, um representante dos militares no processo eleitoral fez questionamentos que serão respondidos pelo TSE na semana que vem.
— O que há de minimamente verdadeiro: há um representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições. Em dezembro, ele apresentou uma série de perguntas para entender como funciona o sistema. Elas entraram às vésperas do recesso. Em janeiro, boa parte da área técnica do TSE faz uma pausa, e agora as informações solicitadas estão sendo prestadas e vão ser entregues na semana que vem. Só tem perguntas. Não há nenhum comentário. Não falam de vulnerabilidade — acrescentou.
Segundo Barroso, ”quando o presidente diz que encontraram vulnerabilidades antes mesmo de receber as respostas às indagações, ele está adiantando, desavisadamente, a estratégia que pretende adotar”.
— Para falar a verdade, ele queimou a largada. Ele lança mão dos questionamentos feitos pelo representante das Forças Armadas, quando, na verdade, tudo o que foi feito foram algumas perguntas e, antes de ter recebido as respostas, já disse que tem vulnerabilidades. Ele (Bolsonaro) antecipou a estratégia dele, que é: não importa quais sejam as respostas, eu vou dizer que o sistema eleitoral eletrônico tem vulnerabilidades. Ele não precisa de fatos, a mentira já está pronta — resumiu Barroso.