De acordo com os relatos, a ofensiva ocorreu na zona rural do território onde está localizada a principal usina nuclear do país, um dia depois de um bombardeio russo em Gulyaipole.
Por Redação, com ANSA - de Moscou/Kiev
Novos ataques na região de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, deixaram ao menos três mortos nesta segunda-feira, informaram as autoridades locais.
De acordo com os relatos, a ofensiva ocorreu na zona rural do território onde está localizada a principal usina nuclear do país, um dia depois de um bombardeio russo em Gulyaipole.
"Três pessoas morreram e três ficaram feridas no distrito de Pologivskyi", em Zaporizhia, especificou o governador da região, Ivan Federov, afirmando ter sido possível ouvir uma explosão.
O político destacou que as forças russas atingiram oito áreas residenciais da região "357 vezes" no último período de 24 horas.
No domingo, a Rosatom, companhia de energia nuclear da Rússia, acusou o Exército da Ucrânia de lançar uma série de ataques à usina nuclear de Zaporizhia. Inclusive, o Kremlin definiu os ataques como "uma provocação muito perigosa", culpando as forças armadas ucranianas.
– Esta é uma provocação muito perigosa. Os funcionários da Aiea que estão no local tiveram a oportunidade de testemunhar estes ataques. Esta é uma tática muito perigosa que tem consequências muito negativas a longo prazo – declarou Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, segundo a agência Tass.
Por sua vez, a Ucrânia acusou Moscou de espalhar informações "falsas" depois de ser acusada pelo ataque contra a central nuclear de Zaporizhia.
Segundo o diretor do centro ucraniano de combate à desinformação, tenente Andriy Kovalenko, a Rússia intensifica uma "campanha de provocações e falsidades".
– Moscou ataca o local com drones fingindo que a ameaça à central nuclear e à segurança vem da Ucrânia – concluiu.
Nesta manhã, a usina nuclear de Zaporizhia, controlada pelas tropas russas, anunciou também que um novo drone foi abatido no telhado de um reator desativado, informou o jornal The Guardian.
Hoje um drone kamikaze foi abatido sobre a usina. Ele caiu no telhado da unidade 6, relataram os operadores, acrescentando que este reator está atualmente desligado.
Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, expressou sua preocupação com a guerra em andamento na Ucrânia e afirmou que é preciso evitar outro desastre como o de Chernobyl.
A guerra em curso me preocupa. Sempre dissemos que precisamos criar uma zona franca em torno de Zaporizhia. A central nuclear representa uma oportunidade, mas também um risco, alertou Tajani, respondendo a uma pergunta de jornalistas sobre os ataques à central nuclear na Ucrânia.
Segundo o chanceler italiano, é bom que a central nuclear represente uma oportunidade, mas também um risco. É bom que as forças no território não lutem em volta ou dentro da central, temos de evitar outro Chernobyl, concluiu ele, enfatizando que espera que o bom senso prevaleça sempre.