Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Assentamento no Tocantins sofre ataque de invasores

Invasores atacam assentamento Dina Guerrilheira no Tocantins, ameaçando famílias que aguardam reforma agrária. Entenda a situação.

Sexta, 26 de Setembro de 2025 às 14:16, por: CdB

Área já foi destinada à reforma agrária e abriga 160 famílias que aguardam a conclusão do processo.

Por Redação, com Brasil de Fato – de Brasília

Cinco homens destruíram um barraco e ameaçaram atear fogo na quinta-feira em moradias no assentamento Dina Guerrilheira, em Palmeirante, no Tocantins. “Chegamos aqui, nos deparamos com isso aqui… Meu barraco todo no chão, derrubado, cortado de motosserra”, lamenta o dono do alojamento destruído, em um vídeo enviado à reportagem.

Assentamento no Tocantins sofre ataque de invasores | Agressores usaram motosserra para destruir barraco
Agressores usaram motosserra para destruir barraco

– Eu gastei pra fazer isso aqui, eu acho que eles não podiam fazer isso – diz o homem, cuja identidade será mantida em sigilo.

Os agressores são, segundo as testemunhas, vaqueiros que trabalham a mando de fazendeiros e ficam pela região cuidando do gado que ainda ocupa a área, nas terras da antiga fazenda Santa Maria-Vargem Boa, já destinadas para a reforma agrária.

De acordo com Jorge Lima, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Tocantins, 160 famílias vivem na área há cerca de dois anos e aguardam a finalização do processo de assentamento.

Em 27 de junho, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) anunciou a criação do assentamento, com capacidade para acolher 292 famílias numa área de 4.943 hectares.

– Tem a portaria do assentamento criado, mas o Incra não moveu mais nenhuma ação nem para retirar os fazendeiros e nem para avançar para o processo de seleção das famílias e efetivação do assentamento no local – diz Lima.

As ameaças

As famílias já iniciaram o trabalho na terra, plantando mandioca, arroz e feijão, na espera pela entrega dos lotes. De acordo com Lima, as ameaças haviam cessado nos últimos meses, desde o anúncio do assentamento.

O ataque recente, no entanto, acabou com a tranquilidade, deixando os moradores temerosos de novas investidas. “Dá até medo… Com tanta criança, meu Deus. Sem falar nos companheiros, mas tem criança lá com um mês. Não quero nem pensar nisso”, diz uma moradora. A identidade dela também será mantida em sigilo.

Em nota, o MST ressalta que “é fundamental a atuação urgente dos órgãos de Segurança Pública e do Incra para garantir a integridade física das famílias, cessar as agressões e as ameaças de incêndio”.

O site Brasil de Fato entrou em contato com o Incra, mas não teve resposta até a publicação deste texto.

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