Milei afirmou ainda que, se fosse eleito, romperia relações com o Brasil e retiraria a Argentina de organismos multilaterais defendidos por Lula, entre eles o Mercosul e o BRICS. A retórica do então candidato, no entanto, não deverá progredir, segundo analistas internacionais ouvidos pelo CdB.
Por Redação - de Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aceitou o conselho de seus ministros mais próximos, que consideram a Argentina um “campo minado pela ultradireita”, e declinou do convite para a posse do anarcocapitalista Javier Milei. Caberá ao chanceler Mauro Vieira representar o país no próximo domingo, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil junto ao Palácio do Itamaraty.
Lula chegou a ser convidado formalmente, com convite entregue no último dia 26 em Brasília, em reunião entre chanceler e a deputada argentina Diana Mondino, já anunciada futura chanceler argentina pelo presidente eleito. Milei, no entanto, chamou Lula de “corrupto” e “ladrão”, durante a campanha eleitoral encerrada em novembro e, desde então, ainda não se desculpou pelas ofensas.
Milei afirmou ainda que, se fosse eleito, romperia relações com o Brasil e retiraria a Argentina de organismos multilaterais defendidos por Lula, entre eles o Mercosul e o BRICS. A retórica do então candidato, no entanto, não deverá progredir, segundo analistas internacionais ouvidos pelo CdB.
Substituto
Assim que resultado das urnas foi confirmado, Lula publicou uma mensagem em uma rede social na qual cumprimentou a Argentina, mas não mencionou o nome de Milei. Com o passar dos dias, o argentino mudou o tom e disse que Lula seria bem recebido. No entanto, já havia convidado Jair Bolsonaro (PL) para a solenidade.
Lula, no entanto, não será o primeiro presidente brasileiro a faltar a uma posse na Argentina. Em 2019, Bolsonaro enviou o vice-presidente Hamilton Mourão, para a posse de Alberto Fernández. E em 2002, FHC preferiu não comparecer à solenidade de Eduardo Duhalde.